IPATINGA – A cervejaria Bruder, de Ipatinga, se manifestou nesta sexta-feira sobre seu processo de produção e rechaçando declarações divulgadas pela cervejaria Backer durante audiência na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Na ocasião, o advogado da Backer, Estevão Nejm, disse que “existem sinais de que pode haver mono e dietilenoglicol em qualquer cerveja como parte de um processo de fermentação”. “A Brüder, cevejaria independente de Ipatinga, informa aos apreciadores das cervejas da marca que não usa, nunca usou, nem usará monoetilenoglicol e dietilenoglicol em seu processo produtivo. Respeitamos a verdadeira cerveja, com suas cores, aromas, texturas, sabores, e um processo produtivo que segue a tradição histórica da bebida. O amor pela cerveja é o que nos une”, diz nota da cerevejaria.
VENDAS
As vendas de cervejas artesanais continuam normais para as marcas não afetadas com a crise de imagem que abateu a Backer. A informação é do diretor da Cervejaria Bruder, de Ipatinga, Rildo Souza, “nossas vendas estão dentro da previsão para essa época do ano, até um pouco acima de nossas expectativas iniciais”.
“O fato de as vendas continuarem normais para outras é um sinal de esperança porque esse foi um dos setores que mais se desenvolveram na economia mineira”, diz Rildo Souza, cuja empresa emprega 40 funcionários em Ipatinga. O diretor da Brüder acrescenta que não houve ainda uma uma notável transferência de consumidores para outras marcas. “Tradicionalmente a Backer respondia por 70% das vendas desse mercado. “Lamentamos profundamente as mortes e a aflição das famílias de todos os atingidos e esperamos que as responsabilidades sejam rapidamente apuradas para a maior tranquilidade de todos”, contrapõe ele.
LISTA
Terceira maior cervejaria independente do Estado, com produção mensal em torno de 2 milhões de litros/ano, com oito diferentes rótulos e atuação, principalmente, em Minas Gerais e Espírito Santo, a Brüder vem promovendo degustação de seus produtos, alguns deles lançamentos, em supermercados da Grande Belo Horizonte e tem notado que os consumidores não estão generalizando o problema. Ele apoia ações como a do sindicato do setor, que divulgou semana passada uma lista de 75 cervejarias (entre elas a Brüder) que não utilizam monoetilenoglicol e dietilenoglicol no processo produtivo de suas cervejas.
“As cervejarias independentes constituíram, nos últimos anos, um fenômeno positivo que contribui com a atratividade turística do Estado de Minas Gerais”, diz ele, lembrando que Belo Horizonte passou a integrar, em 2019, a lista das cidades criativas da Unesco no setor de gastronomia. “Nosso potencial de crescimento é grande”, aposta Souza.
Dados do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Minas Gerais (SindBebidas). O mercado de cervejaria artesanal tem registrado um crescimento anual de faturamento de 14,5%. Minas Gerais é 3º maior estado em volume de produção e número de microcervejarias.