segunda-feira, novembro 25, 2024
spot_img
InícioNacionaisBrasil ganha 7,2 milhões de miseráveis em apenas um ano

Brasil ganha 7,2 milhões de miseráveis em apenas um ano

Segundo estudo da FGV, total de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza cresceu mais de 42% entre 2020 e 2021

SÃO PAULO – Entre 2020 e 2021, 7,2 milhões de brasileiros passaram a viver abaixo da linha da pobreza. Com isso, em apenas um ano, o total de pessoas nessa situação cresceu 42,11% e atingiu a marca de 23 milhões, o que representa 10,8% da população.

Trata-se do maior número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza desde 2015, quando o levantamento começou a ser feito pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV-Social).

É importante destacar que são considerados abaixo da linha pobreza aqueles que vivem com menos de R$ 210 por mês, o que os próprios autores do estudo consideram um valor insuficiente para atender as necessidades básicas.

“Tal linha, embora baixa para suprir necessidades básicas, é usada como critério de elegibilidade a algum benefício pelo Auxílio Brasil”, explicam Marcelo Neri e Marcos Hecksher na apresentação do trabalho (acesse aqui a íntegra do estudo).

POLÍTICA DE IMPROVISO

O estudo também mostra que a população mais pobre tem sofrido com a falta de uma política permanente e bem estruturada de combate à miséria.

Quando se olha para as variações mensais dos índices de pobreza ao longo de 2020 e 2021, percebe-se que os brasileiros mais necessitados têm vivido numa verdadeira montanha russa, dizem os dois especialistas.

Por exemplo, quando o Congresso Nacional aprovou o auxílio emergencial de R$ 600 (contra a vontade do governo Bolsonaro, que defendia um valor de R$ 200), o índice de pessoas abaixo da linha da pobreza foi reduzido para apenas 3,9% em setembro de 2020.

Porém, o governo cortou o auxílio pela metade e, no começo do ano passado, suspendeu o pagamento. Resultado: em março de 2021, o índice de brasileiros abaixo da linha da pobreza chegou a 13,2%.

“Além de prosperidade e igualdade, estabilidade é um atributo fundamental para o bem estar social. Tal como as duas primeiras, (a estabilidade) se encontra em falta no caso brasileiro”, escrevem Neri e Hecksher.

CAOS CONTINUA EM 2022

O levantamento do FGV Social não analisa dados deste ano. Mas outros estudos recentes mostram que a falta de uma política bem estruturada de combate à miséria continua massacrando os brasileiros.

No fim de 2021, o governo Bolsonaro acabou, ao mesmo tempo, com o Bolsa Família e o auxílio emergencial e colocou no lugar o Auxílio Brasil. Ao fazer isso, abandonou, sem qualquer tipo de estudo para embasar a decisão, mais de 25 milhões de famílias que recebiam ajuda.

O resultado se observa hoje: o número de brasileiros passando fome chegou a 33 milhões. E a fila de pessoas que procuram os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) na esperança de receber o Auxílio Brasil só aumenta. Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, em abril passado, eram 5,3 milhões de pessoas na fila.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -spot_img

Most Popular

Recent Comments