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Brasil exporta mais soja para China do que aço para EUA

As exportações de soja para a China este ano já renderam cinco vezes mais ao Brasil do que as vendas de aço para os Estados Unidos

BRASÍLIA – Segundo dados do Ministério da Economia, de janeiro a outubro, o mercado brasileiro exportou US$ 3,4 bilhões em aço aos americanos, enquanto a venda de soja aos chineses chegou a US$ 17,8 bilhões.

De 2008 a 2018 é possível observar uma diferença ainda mais vigorosa. As exportações de aço para os EUA praticamente não mudaram de patamar, passando de US$ 3,5 bilhões para US$ 4,3 bilhões.

Já as vendas de soja para Pequim escalaram de US$ 5,3 bilhões em 2008 para US$ 27,3 bilhões no ano passado, alta de US$ 22 bilhões em dez anos.

CHINA X EUA

A China é o principal destino dos produtos brasileiros e responde hoje por 26,7% do total das exportações do país. Os EUA, por sua vez, aparecem em segundo lugar, responsáveis por 12% das vendas brasileiras.

A discrepância da tabela que compara aço e soja, porém, ganhou novas proporções quando Donald Trump anunciou que os EUA vão impor tarifas ao aço e alumínio que chegam do Brasil e Argentina.

A medida, justificada artificialmente pelo republicano como resposta a intervenções que os países estariam fazendo no câmbio, foi recebida com surpresa tanto no Brasil como nos EUA.

Integrantes do governo Jair Bolsonaro ainda tentam reverter o anúncio, enquanto atores do setor privado brasileiro destacaram analistas para fazer as contas sobre qual negócio é mais vantajoso ao Brasil.

Não há dúvidas de que, numericamente, a resposta aponta para a potência asiática, mas a ordem no Planalto é equilibrar os pratos e trabalhar para manter o alinhamento aos americanos e a boa relação com os chineses.

A produção brasileira de commodities agrícolas e minerais, como soja, petróleo bruto, minério de ferro e carne bovina têm avançado sobre o mercado chinês nos últimos dois anos.

Para os EUA, a maior parte das exportações brasileiras vem do aço. Em 2018, o Brasil exportou 13,9 milhões de toneladas do produto, 42,2% para americanos.

Em março do ano passado, Trump já havia estabelecido tarifa sobre aço e alumínio do Brasil, mas o governo Bolsonaro tinha conseguido reverter o cenário e acreditar poder fazer o mesmo agora.

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