FHC, Lula e Dilma se saíam melhor nas pesquisas eleitorais e de avaliação no Ano Novo pré-reeleição
(DO PODER 360) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) é, historicamente, o ocupante do Planalto pior colocado nas pesquisas na virada do ano antes de tentar a reeleição. Hoje, considerando-se tanto os levantamentos de intenção de votos quanto os de aprovação do trabalho do presidente, o militar está em situação mais desfavorável que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), quando eles estavam na mesma situação. Até hoje, todos os presidentes brasileiros que disputaram a eleição seguinte ao seu 1º governo conseguiram se reeleger – embora em um cenário cada vez mais apertado. O tucano FHC conquistou o seu 2º mandato consecutivo em 1998 em 1º turno, com 53% dos votos. Em 2006, Lula derrotou Geraldo Alckmin (PSDB) no 2º turno por 60,8% por 39,2%; em 2014, Dilma saiu vitoriosa em uma disputa apertada com Aécio Neves (PSDB): 51,6% contra 48,4%.
DESVANTAGEM
No final do ano anterior a cada uma das eleições, o candidato vitorioso já aparecia como líder nas pesquisas de intenção de votos no 1º turno nos cenários mais próximos daquele que viria a se concretizar. Se considerarmos Lula como oponente mais provável de Bolsonaro em 2022, o atual presidente é o 1º em desvantagem: fica 10 pontos atrás do petista, segundo pesquisa PoderData realizada de 19 a 21 de dezembro.
A pesquisa Datafolha realizada de 13 a 14 de dezembro de 2005 mostrava Lula atrás de José Serra (PSDB), por 36% a 29%, no cenário de 1º turno. Serra, no entanto, não disputaria as eleições presidenciais no ano seguinte. Nas simulações com Geraldo Alckmin, o Lula já aparecia na frente. É a 1ª vez que um presidente da República em busca da reeleição (Bolsonaro) deve competir contra um candidato que já ocupou a mesma função (Lula). Antes do petista, só 2 outros ex-presidentes venceram eleições para voltar ao cargo: Rodrigues Alves (1918) e Getúlio Vargas (1950).
AVALIAÇÃO DO GOVERNO
O presidente também fica em desvantagem em comparação aos antecessores nas pesquisas de avaliação. Segundo o PoderData, o trabalho é considerado “ruim” ou “péssimo” por 57% dos eleitores no final de dezembro de 2021, taxa muito acima das registradas pelo Datafolha para FHC (20%), Lula (29%) e Dilma (20%) nos finais de anos anteriores às respectivas reeleições.