BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (20) que indicou o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, para um novo mandato de dois anos à frente do órgão. Indicado pelo próprio Bolsonaro em 2019, Aras terminará o mandato em setembro.
LISTA TRÍPLICE
Com a indicação de Aras, Bolsonaro deixou de lado a lista tríplice apresentada por representantes do Ministério Público Federal (MPF) em eleição interna. Os indicados eram os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino. A lista do MPF não tem força legal e não precisa ser seguida pelo presidente da República na indicação, mas era uma prática que vinha sendo adotada pelos antecessores de Bolsonaro.
Esta é a segunda vez que o presidente da República não respeita a indicação do MPF. Ao escolher Aras, em setembro de 2019, Bolsonaro rompeu com uma tradição iniciada em 2003 de escolher integrantes da lista tríplice.
ESCUDO
À frente da PGR Augusto Aras tem atuado como um verdadeiro escudo para o presidente Jair e sua família, arquivando, protelando ou desconhecendo as principais denúncias contra o governo. Até hoje, a única denúncia que Aras mandou apurar foi a de prevaricação do presidente no Caso Covaxin, mesmo assim após dura repreensão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber.
Em comunicado oficial, Augusto Aras disse se sentir honrado com a recondução pelo presidente. “Honrado com a recondução para o cargo de procurador-geral da República, reafirmo meu compromisso de bem e fielmente cumprir a Constituição e as Leis do País”.
Aras ainda precisa ser novamente sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, se aprovado, a recondução ainda deverá ser votada pelo plenário, por maioria simples. Se confirmado para um novo mandato, ele ficará no cargo até 2023.