BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou por volta das 14h35 à Superintendência da Polícia Federal em Brasília para depor na investigação sobre a atuação de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) e conspirar contra o País, e sobre a fuga da deputada Carla Zambelli após condenação pelo Supremo.
Bolsonaro já estava com depoimento marcado para as 15h para ser ouvido sobre a atuação do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA. Desde então, ele vem tentando articular junto a autoridades americanas medidas que possam atingir Moraes. Recentemente, o governo de Donald Trump anunciou que pretende cassar o visto de quem promova “censura” de cidadãos americanos, iniciativa que foi vista como uma forma de atingir o ministro.
COAÇÃO
Para a PGR, Eduardo tenta interferir no Judiciário para beneficiar Bolsonaro. Segundo Paulo Gonet, há “evidências” de que o deputado estaria buscando “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados”. Bolsonaro é réu em ação penal no STF, apontado como chefe de uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após sua derrota nas eleições de 2022.
Gonet diz que há indícios de que o parlamentar estaria cometendo crimes. Ele lista obstrução contra investigações, coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil. Moraes é o relator da ação contra Bolsonaro na Corte.
Na petição, Gonet cita declarações dadas pelo deputado à imprensa de que estaria realizando agendas com congressistas americanos e membros da gestão Trump para impor medidas do país contra Moraes, como proibi-lo de realizar transações, abrir contas em bancos e usar o cartão de crédito.