Foto: A vereadora Cila Lima (PT) e integrantes dos movimentos populares: “Participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda. Este é o ‘Grito’ que vamos levar para as ruas no dia 7 de setembro”
Atividade do “Pré-Grito dos/as Excluídos/as” reuniu lideranças religiosas, populares e sociais em debate sobre resistência e valorização da vida
IPATINGA – “Realizamos uma audiência pública da diversidade e da representatividade, que deu voz a homens e mulheres de luta e, neste ano em especial, clamam por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda. Este é o ‘Grito’ que vamos levar para as ruas no dia 7 de setembro”. Com essas palavras a vereadora Cida Lima definiu o debate realizado na Câmara de Ipatinga, nessa quinta-feira (02/09). A atividade integrou a programação do Grito dos Excluídos e das Excluídas, que chega à sua 27ª edição na próxima terça.
IGREJA NA PERIFERIA
O Bispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Vicente Ferreira, foi um dos integrantes da mesa debatedora e destacou o cenário de pandemia que está impactando o mundo todo, sobretudo, a população mais pobre e reforçou o compromisso da Igreja com as questões sociais, como fome, miséria, desemprego e a matança do povo negro e povos indígenas. “O Grito deste ano vem reforçar o compromisso de uma Igreja que está junto às periferias, de escutar o grito dos pobres, o grito da terra. Devemos colocar neste ‘Grito’ não só nossa revolta, mas nosso compromisso e alternativas para salvar vidas, como nos pede o Evangelho”.
PARTICIPAÇÃO NAS REDES
Além da participação ativa da população pelas redes sociais, esta foi a primeira audiência realizada com a presença de público, desde o início da pandemia. A sessão também contou com representantes de segmentos populares e sociais, como Camila Brito, integrante do Fórum em Defesa da Vida e ativista do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do sindicalista Aurélio Moreira, da militante das causas populares, Duda das Cadeiras e da representante das pastorais sociais, Marleny Bonifácio.
“Muito me alegra ver acontecer uma audiência pública em preparação ao Grito dos/as Excluídos/as, mas me entristece que tenhamos que fazê-lo para garantir liberdade, justiça, fraternidade e respeito às pessoas”, pontuou Marleny. Ela também destaca que embora todo o cenário nacional esteja convergindo para o distanciamento e para o individualismo, este é momento de renovarmos as forças e termos esperança. “O Grito deste ano nos convida para irmos às ruas com alegria e garra para devolvermos às pessoas a esperança de viver e que dias melhores são possíveis. Precisamos agir e rápido na defesa da vida e no resgate da dignidade humana”, destaca.
PROGRAMAÇÃO
Ainda pela programação do Grito dos/as Excluídos/as, no sábado (04/09) haverá uma panfletagem e diálogo com as comunidades dos bairros Bom Jardim e Bethânia. E no dia 7 de setembro a programação será em Itabira, onde ocorrerá a culminância do 27º Grito dos Excluídos e das Excluídas. “Para quem não puder ir à atividade presencial, está sendo articulado panelaço nas janelas, portas e sacadas das casas, em sintonia com o Brasil inteiro, ao meio dia”, convida Cida Lima.
O “Grito” é um processo de manifestações populares que tradicionalmente acontece ao longo da semana da pátria culminando no Dia da Independência do Brasil (7 de setembro). Com o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”, a atividade acontece anualmente e é organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através das pastorais sociais, em conjunto com os movimentos populares e sindical.