TIMÓTEO – A Prefeitura Municipal promoveu nesta segunda-feira (18) uma audiência pública para apresentação e apreciação da proposta de alteração da área da APA Serra de Timóteo. A audiência aconteceu no auditório da Prefeitura Municipal de Timóteo, e foi presidida pelo prefeito Keisson Drumond, com a participação expressiva da comunidade, entidades ambientais e do legislativo municipal.
Todos os vereadores da Câmara Municipal participaram do encontro, no qual foi apresentado pelo próprio prefeito as características atuais da APA Serra de Timóteo e a condensação do projeto que visa a alteração da área dos atuais 44 quilômetros quadrados para cerca de 34 quilômetros quadrados. A audiência serviu para coletar as propostas dos participantes para o processo de reorganização da área. A previsão é de que dentro de 30 a 60 dias, o Executivo encaminhe o projeto final para a apreciação e votação pelo Legislativo.
MUDANÇAS
"Em nosso projeto retiramos da APA apenas as áreas antropizadas (modificadas pelo homem) removendo, por exemplo, o terreno do Distrito Industrial II e dos bairros existentes como parte do Eldorado, Santa Maria, Limoeiro e Macuco", citou o prefeito, argumentando que a APA na forma atual é deficiente porque, para a sua criação, em 2003, não foi realizado um mapeamento, com as coordenadas geográficas, nem um processo de conscientização da comunidade sobre a importância da preservação dos mananciais.
Com a abertura dessa discussão sobre a APA Serra de Timóteo, a Prefeitura pretende definir as estratégias de preservação do local e de expansão urbana. "Temos que fomentar o crescimento da cidade de forma sustentável, desenvolver preservando nossos mananciais e regularizando a área. Em nosso reordenamento da APA, preservamos as áreas de amortização da reserva do Parque Estadual do Rio Doce", complementa Keisson, citando que o projeto da Prefeitura foi elaborado por um corpo técnico capacitado e discutido com entidades como a AMDA (Associação Mineira Defesa do Meio Ambiente), IEF, Codema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), promotoria pública e Universalis Consultoria.
CORREÇÕES
A presidente da Câmara Municipal, Guaraciaba Martins, elogiou a iniciativa da Prefeitura. "A lei que criou a APA foi aprovada em 2003, mas não saiu do papel. Tivemos várias áreas invadidas neste período. Agora, a partir desse debate sobre a realidade da APA com a comunidade temos como chegar a uma delimitação perfeita da área de proteção ambiental", ressalta a presidente da Câmara Municipal.
O presidente do Comitê da Bacia do Rio Piracicaba, Iusifith Chafith Felipe, salientou a importância de se ampliar a discussão sobre a APA com todos os segmentos da sociedade."Há muitos anos parte da APA não é mais área de preservação, o local foi ocupado por invasões, empresas, moradias, enfim a área foi mal operacionalizada. Hoje é necessário fazermos as correções pertinentes desde que não haja comprometimento do Parque Estadual do Rio Doce e das nascentes existentes”, explica Iusifith.
