IPATINGA – A Câmara de Ipatinga sediou um debate de grande importância para toda a população na quinta-feira (9), quando o mandato da vereadora Cida Lima realizou uma audiência pública em defesa dos servidores e servidoras municipais e dos serviços públicos ofertados na cidade.
A audiência é fruto de uma série de ações lideradas pela vereadora desde o início da greve dos servidores municipais, em junho deste ano. Ao todo, foram 23 dias de greve com foco nas reivindicações da campanha salarial 2021.
Entre os debatedores, estiveram presentes representantes do Sintserpi (Sindicato dos Servidores Municipais de Ipatinga), do Sind-UTE/MG, subsede Ipatinga (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e da deputada estadual Beatriz Cerqueira.
NEGOCIAÇÃO DEMORADA
A dirigente do Sind-UTE, Isaura Carvalho, destacou a morosidade da Administração Municipal em negociar com a categoria. “Chegamos ao mês de setembro sem diálogo efetivo com os sindicatos. Estão se aproveitando das restrições da pandemia para se negarem a reunir conosco e, ainda por cima, retirar direitos arduamente conquistados”, afirmou.
Já o representante do Dieese, Fernando Duarte, trouxe para o debate informações sobre a crescente inflação no país. “Os salários dos servidores de Ipatinga estão desvalorizados e isto impacta diretamente no poder de compra de itens básicos de alimentação”, destacou.
A vereadora Cida Lima também relatou aos debatedores que, desde o início do ano, seu mandato vem realizando visitas aos equipamentos públicos de Ipatinga e recebido inúmeros relatos de servidores e servidoras municipais sobre as condições precárias de trabalho enfrentadas por eles. “Acolhemos e oficiamos ao Executivo inúmeras solicitações de intervenção em infraestrutura, materiais de trabalho, de limpeza e equipamentos de segurança, conforme normas sanitárias da pandemia”, contou.
REAJUSTE URGENTE
“Temos a urgência de reajustar os salários e também de investimentos em EPIs, uniformes e infraestrutura para melhorar as condições de trabalho dos servidores e servidoras de Ipatinga e consequentemente a qualidade dos serviços que são ofertados à população”, pontuou a dirigente do SintSerpi, Marcione Menezes.
Beatriz Cerqueira, deputada estadual, que atua diuturnamente na defesa dos serviços públicos e dos servidores, destacou que “os servidores são trabalhadores e trabalhadoras que consomem no município. Reconhecer os direitos remuneratórios e valorizá-los é entender que esse retorno também virá para o município”, enfatizou.
A deputada também recordou que o serviço público está presente em tudo na rotina da cidade: “São estes profissionais, aos quais o governo nega o reajuste, que acolheram a população desde o início da pandemia, seja na Saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Assistência, no acolhimento das famílias de luto ou em vulnerabilidade, ou no desenvolvimento de vacinas. A administração municipal está em dívida com os servidores de Ipatinga”, afirmou.
PEC-32
O debate também abordou o desmanche do serviço público no cenário nacional por meio da PEC-32 da reforma administrativa. O projeto acaba com a estabilidade e extingue promoções automáticas e diversos benefícios. As mudanças valem para novos servidores, mas não mexem nas regras para magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público, categorias que estão entre as que têm maior remuneração e benefícios no serviço público. Além disso, a PEC inviabiliza o aperfeiçoamento técnico e profissional da administração pública, concentra poderes nos agentes políticos e abre margem para a corrupção por meio do loteamento ideológico de cargos de indicação.