(*) Fernando Benedito Jr.
Falar asneiras, como se pode ver e ouvir nos últimos tempos no Brasil, não é um privilégio só da ex-presidenta Dilma Rousseff, que vez por outra cometia alguns desatinos, mas eram quase inocentes, não faziam mal a ninguém, exceto à sua própria imagem. Não são como as de Bolsonaro ou de Paulo Guedes, cheias de evidências de má-fé, mentiras, engodos para ludibriar os desavisados e graves consequências.
No caso da última do Paulo Guedes, não bastasse o tom de empáfia em que faz as afirmações (ver vídeo anexo), aproveita para mentir sob aplausos. O que importa ter zerado o déficit se o povo passa fome? Se a inflação corrói os já minguados salários? Se os preços disparam de forma incontrolável? Que tipo de política econômica é essa da qual o povo não se beneficia em nada? E o ministro fala como se estivesse conduzindo o País às mil maravilhas e estivesse fazendo uma vantagem danada.
A aproveita a deixa da guerra na Ucrânia, que colocou o Brasil em situação pior do que a que já estava, para dizer que nossa condição é tão boa, mas tão boa, que seríamos capazes de enfrentar qualquer guerra, inclusive a “2ª Guerra Mundial”. Está claro que o ministro cometeu um “erro material”, o que não o exime da piada nacional, como sempre ocorre.
Agora, pintar esse Brasil distópico, maravilhoso, rico, majestático e ainda sob aplausos do séquito palaciano, é de uma bizarrice insana. De novo. É tirar sarro com os brasileiros e brasileiras.
A menos que, subrepticiamente, tenha feito outra piada que ninguém entendeu.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.