(*) Fernando Benedito Jr.
O presidente da Câmara de Timóteo, se antecipando a eventuais críticas a pouco simpática ideia de colocar catracas na entrada da “casa do povo” diz que “trata-se de prédios públicos e a intenção não é dificultar a entrada da população”. Mas dificulta. E compara: “assim como outras câmaras municipais, queremos tão somente identificar as pessoas que vierem ao Legislativo de Timóteo. É uma proteção não só para os servidores, como para elas também”, afirma o presidente da Casa, vereador Reygler Max, apelando às razões de segurança. Não é porque os outros erram que é preciso continuar no erro, né não.
A catraca dificulta sim a entrada do povo. E existem outras formas de controlar o fluxo de pessoas que não seja esta. Aliás, a Câmara de Timóteo deveria estar discutindo formas de ampliar a mobilidade urbana no município, a inclusão social, a construção de uma cidade mais inteligente e não adotando medidas burras e antipáticas, restritivas, que complicam ainda mais a vida de deficientes físicos, obesos, de todo e qualquer cidadão e cidadã, além de ser uma uma medida contraproducente e insegura (no caso da necessidade de uma evacuação, com o perdão do termo dúbio,
rápida).
Se merece elogios a reforma do plenário, modernização e melhorias no prédio, a colocação de catracas, certamente, não é a cereja do bolo. Ao contrário. Coloca tudo a perder.
Talvez a medida perdure, mas as catracas não são eternas, nem Reygler Max será presidente para sempre. Com certeza virá um momento mais democrático, livre de catracas.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.