Curta produzido em Paraguaçu Paulista representa o Brasil na competição Generation 14plus da Berlinale
Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=TQ-kIG9TXZo
Foto: Isabella Guido em “Arame Farpado” – crédito: Renato Groberman Hojda
SÃO PAULO – Produzido inteiramente no interior de São Paulo pela UFO Filmes, com sede em Paraguaçu Paulista, o curta “Arame Farpado” estreia amanhã, 18 de fevereiro, na competição oficial Generation 14plus da 75ª Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Dirigido por Gustavo de Carvalho, o curta-metragem foi realizado com recursos do Edital Lei Paulo Gustavo e orçamento enxuto, mas com muita dedicação de uma equipe local de cerca de 30 pessoas.
Para o diretor, a seleção na Berlinale é uma conquista significativa: “É um prazer estrear esse filme em um festival tão importante quanto a Berlinale, que faz com que essa história chegue cada vez mais longe. Berlim ajuda o filme a cruzar fronteiras, ainda mais em um momento tão bonito para o cinema brasileiro”.
“A narrativa do curta surgiu em uma noite em que meu pai acabou engasgando com um pedaço de carne e teve que ser levado às pressas a um pronto socorro, ele precisou passar a noite internado. Durante a espera, naquela madrugada, muitas pessoas inspiraram os personagens do filme e a atmosfera dos ambientes da obra. A seleção pro Festival de Berlim vem como uma resposta de como o cinema brasileiro pode chegar longe, mesmo sendo produzido de uma forma independente. Nossa cultura tem um jeito de conquistar o mundo, são histórias únicas”, relata Gustavo.
A produtora Luísa Cação reforça o impacto da conquista: “A gente quer que o mundo veja nossas histórias, escute o que a gente tem pra contar… e Berlim é uma oportunidade muito grande pra isso. Estamos muito felizes!”.
A narrativa acompanha um drama familiar com duas irmãs e um padrasto recém-chegado, forçados a passar uma noite na sala de espera de um hospital. Enquanto enfrentam seus próprios conflitos, tornam-se testemunhas do caos social ao redor.
O elenco traz a mineira Camila Botelho como protagonista e Ricardo Bagge, além da jovem atriz Isabella Guido, de 12 anos, descoberta em uma escola local, que faz sua estreia no cinema com uma performance marcante e, a partir dessa experiência, disse que deseja seguir a carreira.
As gravações em Paraguaçu Paulista ganharam um toque de realismo com a construção de um hospital fictício em um prédio local e isso gerou burburinho na cidade, pois muitos moradores acreditaram que se tratava de uma inauguração real. A repercussão foi tão grande que a prefeitura precisou divulgar uma nota pública esclarecendo que o local era parte do cenário de um filme.
