(*) Fernando Benedito Jr.
É natural que organizações político-partidárias, sindicais, movimentos populares, ambientais, etc, busquem se organizar em nível internacional. A Internacional Comunista, a Internacional Socialista, o Fórum de São Paulo, o Green Peace, o Fórum Social Mundial, a WWF, os Repórteres sem Fronteira, etc, são alguns exemplos de organizações e iniciativas que atuam e atuaram mundialmente. Coisa comum antigamente e nos dias atuais, principalmente num mundo sem fronteiras. Tais organizações, contudo, agem em seus próprios âmbitos, lutam com suas próprias armas e argumentos, buscam alinhar estratégias, programas, difundir ideias e conceitos.
É diferente de dirigir-se a organismos governamentais de outros países, no caso, a setores do congresso americano, para pedir intervenção em país alheio, numa clara tentativa de violação da soberania e da autodeterminação. É isso o que tem feito a direita “patriótica” brasileira ao fazer lobby junto ao Congresso dos EUA e aos tink tanks americanos para tentar abalar a credibilidade de instituições brasileiras. Em linhas gerais, a pressão feita por deputados e deputadas do Brasil junto a seus pares americanos nada mais é do que uma atitude que se configura em alta traição.
Visto de outra maneira, menos formal, é o viralatismo em seu mais alto grau de subserviência. A atitude lambe-botas da comitiva de parlamentares nacionais tentando vilipendiar as instituições brasileiras e o próprio Brasil no exterior, numa cruzada golpista que segue a prescrição do 8 de janeiro, é vergonhosa. Os bolsonaristas, claro, não acham.
Na esteira das declarações de seu novo mito, Elon Musk, a direita brasileira vai se ajoelha, esperando reunir forças para quando Trump for eleito, se for eleito. Quando, então, o intento golpista da extrema direita nacional encontrará mais respaldo para seguir adiante.
Não passarão. Mas enquanto isso, somos obrigados a conviver com a insanidade política ofuscada pela estupidez da polarização.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.