Cidades

Aeronaves do Governo voam em busca de órgãos e salvam vidas

De janeiro a abril deste ano, o MG Transplantes realizou 663 transplantes de órgãos e tecidos; ao longo de 2013, foram mais de 2.300 cirurgias      (Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG)

BH – Taynara Campos só completa 15 anos em dezembro, mas no dia 10 de maio, recebeu o presente mais esperado: um novo rim. O órgão veio de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Uma aeronave do Governo do Estado levou uma equipe do MG Transplantes ao local, possibilitando o transporte do órgão até o Hospital da Baleia, em Belo Horizonte. “Na sexta-feira (09/05), ficamos sabendo que encontraram o rim compatível para minha filha. Foi um alívio após nove meses de luta. A doação não salvou apenas a vida dela, salvou a minha e a do meu marido também”, comemora a mãe de Taynara, Carmen de Campos, de 50 anos.
O voo que trouxe o presente para a estudante faz parte das 17 operações realizadas neste ano para buscar órgãos em municípios mineiros e até em outros estados.

Segundo o diretor do MG Transplantes, Charles Simão, “Minas é o único estado que mantém o transporte aéreo de órgãos, desde 2003. As doações podem ocorrer em muitos lugares, mas não é viabilizada se não há como realizar o transporte. A logística aérea é fundamental para aproveitar órgãos de outras regiões e quanto mais perfeita, maior a possibilidade de sucesso”, ressalta.

Na maioria das vezes, os órgãos são transportados pelas aeronaves do Gabinete Militar do Governador: são quatro aviões e dois helicópteros disponíveis. No início deste mês, as aeronaves pousaram três vezes no mesmo dia em Passos, no sul de Minas, para o transporte de 12 órgãos. A equipe médica fica disponível 24 horas por dia para o atendimento.

O chefe do Gabinete Militar, coronel Alex de Melo, explica que as solicitações do MG Transplantes são direcionadas à Diretoria de Transportes Aéreos do Gabinete Militar, responsável por alocar os meios necessários para efetuar a remoção. “Quando não há disponibilidade de recursos logísticos, são acionadas aeronaves da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Civil. Mais que um compromisso é o prazer que temos em salvar vidas”, declara.

À ESPERA
A dona de casa Maria do Carmo Silva, de 55 anos, está há um ano e meio à espera de um novo coração. Ela é uma das mais de 2.500 pessoas que estão na fila do MG Transplantes. Diagnosticada com insuficiência cardíaca, faz tratamento há mais de quatro anos. “Tem dia que não consigo respirar, não durmo direito e quando o telefone toca, sempre acho que é para avisar que encontraram um coração compatível”, relata.

Os pacientes ficam inscritos em uma lista nacional, que é regionalizada por estado. Minas Gerais conta com 10 unidades de captação (Organização de Procura de Órgãos – OPOs): Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora, Montes Claros, Ipatinga, Governador Valadares, Pouso Alegre, e três na região metropolitana de Belo Horizonte.

CRITÉRIOS
Além da compatibilidade sanguínea do doador e do paciente, cada órgão exige critérios específicos para definição de quem será transplantado primeiro. Para o coração, por exemplo, são priorizados os casos de urgência e a proporção do tamanho entre doador e receptor.
De janeiro a abril deste ano, o MG Transplantes realizou 663 transplantes de órgãos e tecidos. Ao longo de 2013, foram mais de 2.300 cirurgias.

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