(*) Walber Gonçalves
A largada, ainda nos bastidores, para conquista de um cargo nos poderes legislativos e executivos nos milhares de municípios já começa a esquentar. Para quem acha que a política acontece apenas no período eleitoral quando os candidatos buscam seus votos, engana-se e muito.
Na verdade, já começou faz tempo, se é que um dia parou; todavia chegou o momento em que os partidos e pretensos candidatos buscam suas filiações ou mudanças de filiação e como num jogo de xadrez, procuram analisar em qual partido terá mais chances de conquistar uma vaga. Haja vista que, na matemática da política, não necessariamente quem tem mais votos é quem ganha a eleição. Há uma série de regras e critérios eleitorais que transformam a política em um verdadeiro jogo de estratégia. Neste jogo é preciso analisar a força eleitoral do partido e dos demais pré-candidatos que dele fazem parte.
Portanto, nos bastidores, a vida política anda fervendo. O tempo de filiação e mudança de partido já passou. Agora, dos nomes existentes em cada partido busca-se ver quem serão os candidatos, dentro dos limites estabelecidos pela Lei Eleitoral.
Neste arranjo interno de cada partido, para o Poder Legislativo terão aqueles com chances reais de vitória, os considerados puxadores de votos, mas que são poucos em cada sigla e os demais, que são a maioria dos candidatos, mas que servem quase que apenas, salvo raras exceções, para completar o coeficiente eleitoral da legenda e automaticamente assegurar um ou mais vagas para o partido.
Já os pretensos candidatos a prefeito, buscam compor suas chapas “escolhendo” os nomes que farão parte do seu grupo político. Nesta escolha entra o nome do vice e dos partidos que o apoiarão, mas sempre dentro daquela perspectiva, em caso de vitória, de fazer parte da administração pública ocupando os mais diversos cargos.
Por isso vemos acontecer em vários locais a união de grupos e pessoas com pensamentos e objetivos, em relação à forma de fazer política totalmente diferente se unirem para ganhar a eleição, bem ao estilo “custe o que custar”, mas depois não consegue governar. Pois na distribuição da “cota de apoio”, que são as secretarias e demais cargos que oferecem poder, as desavenças aparecem e o governo simplesmente não governa; pois é nítido na nossa cultura política o desprezo pela condição técnica de quem ocupa os cargos estratégicos. Geralmente são preenchidos dentro da perspectiva do interesse de cunho politiqueiro, que na verdade é a forma de pagamento pelo apoio anteriormente oferecido. E assim, a vida e o jogo político vão se construindo.
Mas uma coisa é certa, já é perceptível que o jogo político vai ganhando força e daqui a alguns dias começa, oficialmente, a busca pelo voto. Mas enquanto esse dia não chega, nos bastidores as coisas não param e esquentam cada vez mais.
(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.