Nacionais

A estultice dos Bolsonaro e de seus aliados é irritante

(*) Fernando Benedito Jr.

 

Desde sempre, nunca vi no clã Bolsonaro nenhum traço primoroso de inteligência, não só por discordar de suas posições direitistas muito próximas do fascismo, mas pela sequência de baboseiras e disparates ditos a esmo através mídias sociais ou pelos microfones da Câmara dos Deputados e dos palanques. Passada esta fase, imaginei que uma vez no governo fossem corrigir a postura asinina, já que cercados por assessores, puxa-sacos, asseclas de toda sorte que rondam o poder em busca de benesses. Qual nada, piorou. Agora, com status institucional. Nunca se viu e ouviu tanta idiotice em tão pouco tempo. E, parece que a estultice tem que ser regra também no governo e à sua volta. Tanto que o guru do liberalismo bolsonarista, Olavo de Carvalho, chamou de “jumentos” os integrantes de delegação de deputados eleitos, capitaneada por Alexandre Frota, que foi à China para conhecer a tecnologia de reconhecimento facial. “Estão integrando o Brasil aos comunistas”, disse Olavo, abrindo uma crise na base aliada do governo.

Das imbecilidades do clã, escapam apenas a menina, resultado de uma “fraquejada”, que nunca diz nada; e a atual esposa, que só fala em libras. Tanto melhor.

Oferecer o País como base militar para os EUA, liberar visto para americanos, pedir e obter do STF para não ser investigado escondendo-se sob o manto do foro privilegiado, nomear amigos e presentear com cargos os correligionários, bajular militares além da conta. E por aí vai.

Pior do que dizer idiotices, é praticá-las – e, pior ainda, sob aplausos dos apoiadores, não menos tolos e nem menos fascistas por isso –, como na liberação de armas de fogo. O que não é de todo ruim, porque o direito à auto-defesa não cabe só à direita. Em caso de rebelião contra o autoritarismo e a estupidez, os opositores também podem ter até quatro armas, se quiserem. Ou na mudança da Embaixada Brasileira para Jerusalém, que parece ter sido “esquecida” momentaneamente; ou nas constantes investidas contra o governo comunista-gaysista-bolivariano-guevarista da Venezuela. Uma violação de soberania alheia e ingerência em país estrangeiro como nunca se viu antes na história recente, o que nos faz crer na urdidura de uma trama entre EUA, Bolsonaro e o Grupo de Lima para instituir um golpe e depor Nicolas Maduro.

Dilma soltou suas “mandiocadas” e todo governante fala asneiras, mas não precisa dessa intensidade toda, em tão pouco tempo. Pega mal.

Entretanto, os Bolsonaros parecem se sentir muito à vontade no poder para dizer e fazer tanta bobagem. Parecem se sentir deslumbrados e fortalecidos, já que estão ungidos pelo voto popular e, portanto, podem dizer e fazer o que bem entendem.

Pois que façam. E vejamos até onde a vaca se enterra no brejo.

 

(*) Fernando Benedito é editor do Diário Popular.

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