(*) Wanderson R. Monteiro
“Macbeth” é uma das obras mais conhecidas de Shakespeare, e essa peça nos mostra de forma clara a natureza da ambição humana e suas consequências devastadoras. Através da história de seu protagonista, a peça nos leva a refletir sobre os limites da busca pelo poder e as questões éticas e morais que acompanham essa jornada.
No livro de Shakespeare, o desejo de poder é representado pela ambição desenfreada do personagem principal, e nas vezes que este titubeia, sua esposa, também movida pela ambição, entra em cena para “motivá-lo” a realizar seus desejos. Desde o momento em que as bruxas profetizam que ele se tornará rei, Macbeth se vê consumido por uma sede insaciável de poder, disposto a cometer qualquer ato para alcançar seu objetivo. Esse retrato vívido da ambição humana nos leva a questionar sobre até que ponto somos capazes de ir para realizar nossos desejos mais profundos.
Através de sua peça, Shakespeare nos alerta sobre as consequências inevitáveis de sucumbir à ambição desmedida. À medida que Macbeth se afunda cada vez mais na tirania e na violência, testemunhamos a queda de um homem, que antes era nobre e respeitado, que, agora, busca realizar suas ambições, mesmo que, para isso, ele tenha que tramar a morte de seu melhor amigo e companheiro. A obra nos lembra que, mesmo que nossas aspirações sejam legítimas, devemos considerar o resultado de nossas ações, as consequências de nossos atos, e as marcas que deixaremos no mundo.
O legado de Macbeth também ressoa em nosso contexto atual. Vivemos em uma sociedade movida pela busca incessante de poder e sucesso, muitas vezes às custas de nossa própria integridade e valores, e, não raro, às custas do sangue de outras pessoas. A obra nos convida a refletir sobre o equilíbrio entre ambição e ética, lembrando-nos de que as escolhas que fazemos têm consequências duradouras não apenas para nós mesmos, mas também para aqueles ao nosso redor.
A história de Macbeth nos leva a questionar o verdadeiro significado do poder e a importância de cultivar virtudes como a empatia, a honestidade e a sabedoria. A ambição desenfreada pode nos levar por um caminho obscuro, cheio de maldade e injustiça, onde reina o egoísmo, motor dessa busca incessante pelo poder a qualquer custo.
Ao ler essa tão conhecida obra de Shakespeare, que venhamos poder aprender com os erros de Macbeth e, com isso, aplicar seus ensinamentos e sabedoria em nossa própria vida, para que, a partir deles, tenhamos a oportunidade de moldar um futuro mais ético, empático, e altruísta, mesmo que seja devagar, e aos poucos.
(*) Wanderson R. Monteiro é jornalista, escritor e bacharel em Teologia pelo ICP, graduando em Pedagogia.
(dudu.slimpac2017@hotmail.com)
São Sebastião do Anta – MG