Fundação João Pinheiro detalha cálculo do indicador, que teve Itabira e Catas Altas como destaques per capita e nos ganhos de participação no produto agregado estadual
Foto: Ipatinga fica em 8º lugar na participação do PIB estadual
BH – Vinte e um municípios mineiros responderam por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, estimado em R$ 857,6 bilhões em 2021, conforme dados apresentados pela Fundação João Pinheiro (FJP) nesta sexta-feira (15/12).
Das 853 cidades, 50 representaram 66,8% do indicador, e 242 formaram 90% do resultado.
Além de Belo Horizonte (12,3%), também se destacaram como base do PIB os municípios de Uberlândia (5%), Contagem (4,3%), Betim (3,9%) e Nova Lima (2,5%).
PIB PER CAPITA
Catas Altas foi o município mineiro com o maior PIB per capita, indicador que representa a capacidade de geração de renda atribuída a cada pessoa de um determinado local, com R$ 920.833,97.
Por outro lado, considerando-se o período de 2010 a 2021, a FJP constatou que Extrema, no Sul de Minas, foi o município com maior ganho de participação no total do PIB estadual.
O pesquisador da FJP, Thiago Almeida, explica que a indústria extrativa mineral (minério de ferro) predominou em seis dos dez municípios com o maior PIB per capita: Catas Altas, São Gonçalo do Rio Abaixo, Itatiaiuçu, Conceição do Mato Dentro, Itabirito e Nova Lima.
“O ano de 2021 marca a retomada da extração de minério nos municípios do quadrilátero ferrífero após o rompimento da barragem em Brumadinho em 2019. E foi esta retomada na extração e produção de minério de ferro, somada ao efeito significativo dos preços e cotações do produto, que fez da região um dos destaques positivos no resultado do PIB dos municípios”, analisa o pesquisador.
Além disso, a metalurgia foi decisiva para o resultado em Jeceaba e Ouro Branco. Apesar da crise hidrológica em 2021, Araporã (onde está localizada a usina de Itumbiara) ainda apareceu na décima posição entre os municípios com melhor ranqueamento.
VOCAÇÕES REGIONAIS
Os dados do PIB dos municípios de Minas Gerais em 2021 confirmaram a existência de uma grande diversidade no seu grau de especialização: se, por um lado, a agricultura foi a principal atividade econômica em 109 cidades mineiras, outras 51 tiveram na indústria de transformação o carro-chefe da economia local.
“Os dados mostram que 2021 foi favorável para a produção das commodities agrícolas. Um bom exemplo disso é o caso de Unaí, que se destaca, novamente, como um importante município produtor de soja em Minas Gerais”, destaca Almeida.
As indústrias extrativas (mineração) predominaram em 29 cidades. Já a geração de eletricidade foi principal destaque em 15 municípios. Tanto a pecuária quanto a produção florestal dominaram a estrutura produtiva local em sete, o comércio em seis e a construção civil em dois.
DESTAQUES
Itabira e Catas Altas foram destaques em 2021 tanto no que se refere ao indicador do PIB per capita quanto em relação aos ganhos de participação no produto agregado estadual.
Tal fato se deu em razão da retomada da produção minerária e, principalmente, do aumento extraordinário das cotações do minério de ferro.
O avanço nos preços e na produção física de produtos minero-siderúrgicos, por exemplo aço e ferro-gusa, também favoreceu municípios com especialização produtiva na metalurgia (tais como Ipatinga e Ouro Branco).
CÁLCULO
A divulgação do PIB dos municípios ocorre com defasagem de dois anos. O período é necessário para a contabilização das bases de dados mais completas e abrangentes apresentadas por diversas pesquisas anuais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por isso, os resultados do PIB municipal de 2021 estão sendo divulgados no final do ano de 2023. É importante ressaltar que a compilação dos resultados do PIB municipal é coordenada pelo IBGE em parceria com os institutos estaduais de estatísticas, no caso de Minas Gerais, a Fundação João Pinheiro.