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Venda de Unidades de Saúde torna o governo mais canalha do que é

Desmonte de UTIs criadas pela crise do coronavírus e proposta de vender Unidades Básicas de Saúde, mostram a outra face maligna do governo

(*) Fernando Benedito Jr.

Muita gente boa – o que é diferente de milicianos de bem -, pessoas sensíveis aos problemas humanos e algumas até mesma ingênuas, acreditavam que talvez um dos legados da pandemia seria exatamente os leitos de UTI, os respiradores, os médicos, enfermeiros e hospitais que resultaram da necessidade de ampliação do atendimento às vítimas do novo coronavírus. Qual nada. Nem bem acabou a pandemia, que ainda corre o risco de um repique, e todo o sistema montado para o enfrentamento da doença em seu auge, já começa a ser desmontado, inclusive os leitos de UTI, cujo déficit já era grande antes da pandemia e vai continuar depois.

Segundo a “Folha de São de Paulo”, dos 14.843 leitos de UTI adultos e 240 pediátricos habilitados pelo Ministério da Saúde desde abril, resta pouco mais de um terço – 5.233 de adultos e seis pediátricos.

Em janeiro de 2020, o SUS tinha um total de 22.841 leitos de UTI, para atender 88% da população. Já o setor privado, que atende 22% da população, contava 22.586, segundo dados do Conselho Federal de Medicina.

Secretários estaduais e municipais tentam agora convencer o ministério a manter pelo menos 5.000 leitos de UTI nas regiões onde sempre houve falta desses serviço, com grandes desigualdades na distribuição. No Amapá, por exemplo, a proporção de leitos de UTI do SUS por 10 mil habitantes é de 0,5 enquanto em São Paulo, de 1,9.

Quando se fala que o Bolsonaro é um genocida, é por isso. Porque realmente é um sujeito que não dá o mínimo valor à vida. Quando nega o vírus, a pandemia, a máscara, a vacina, o que faz é negar a vida. Mas não é só isso, como um bom miliciano que quer lucrar com um gatonet, com o monopólio da venda do gás nas comunidades cariocas, com venda e aluguel de imóveis ilegais, Bolsonaro além de desmontar os leitos de UTI, sucatear respiradores, quer vender o SUS, a começar pelas Unidades Básicas de Saúde. Talvez queira apurar algum para minimizar o prejuízo com a fabricação inútil de cloroquina, mas vai causar mais mortes, além das quase 160 mil vítimas da Covid-19.

Por fim, toda a canalhice exposta naquela fatídica reunião ministerial em que se propunha colocar a granada no bolso do trabalhador, passar com a boiada, ajudar os ricos que davam retorno, etc, era só um sinal da sequência de calhordices que viria a seguir.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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