Cidades

Vale do Aço se mobiliza contra reforma da Previdência e cortes na Educação

Trabalhadores em Educação e estudantes de todo o País realizam paralisação nesta quarta-feira, dia 15; Ipatinga terá pontos de coleta de assinaturas contra retirada de direitos

IPATINGA – Os trabalhadores e trabalhadoras em Educação do Vale do Aço paralisam as atividades nesta quarta-feira (15), em protesto contra o corte de direitos proposto pela Reforma da Previdência. A mobilização envolve também outras categorias de trabalhadores de sindicatos que integram a CUT Regional Vale do Aço, como o Sindicato dos Comerciários (Seci) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Coronel Fabriciano e Timóteo (Metasita). Diante do anúncio do corte de 30% dos recursos para universidades públicas, o movimento teve adesão dos estudantes de instituições públicas, como do CEFET, de Timóteo, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), em Ipatinga.

As escolas da rede municipal e estadual irão aderir à paralisação, que terá concentração em Belo Oriente, às 9h (Praça da Jaqueira), e em Ipatinga e Timóteo às 14h, na Praça 1º de Maio e na Praça do Coreto, respectivamente.

EDUCAÇÃO

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), está em tramitação no Congresso Nacional e afeta diretamente os trabalhadores em Educação. A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores. As professoras serão ainda mais prejudicadas se a reforma for aprovada.

No link https://www.dieese.org.br/calculadoraaposentadoria/index.xhtml, desenvolvido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é possível fazer uma simulação sobre os requisitos para se aposentar hoje e com a reforma.

CORTES

Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais. Mesmo a educação básica, sofreu um corte de R$ 914 milhões.

Conforme o estudante Maxsuel Marx Santos, de 22 anos, que cursa o quarto período de engenharia elétrica no IFMG, campus de Ipatinga, o corte na instituição chega a 39% e atinge prestadores de serviço terceirizados, como vigilância, essencial para a preservação das instalações do imóvel, além de água e luz. Para o estudante, a situação já estava difícil, para garantir o funcionamento até o final do ano, com o orçamento vigente, e o corte inviabilizará as atividades. O campus atende hoje mais de 250 estudantes, entre ensino superior, técnico integrado com Ensino Médio e profissionalizante.

COLETA DE ASSINATURAS

Durante toda a semana, um ponto de coleta de assinaturas funcionará na Praça Primeiro de Maio, em Ipatinga, de 11h às 16h, para reunir apoio contra a Reforma da Previdência. A coleta ocorre em todo o País e as assinaturas reunidas serão encaminhadas para as centrais sindicais e reunidas para protocolo no Congresso Nacional. A mobilização envolve ainda pressionar os deputados em suas bases, sobretudo os que ainda estão indecisos, a fim de impedir a retirada dos direitos dos trabalhadores.

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