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Vale do Aço sai às ruas contra as reformas trabalhista e previdenciária

IPATINGA – A greve geral que reuniu centenas de pessoas nesta sexta-feira (28), em Ipatinga terminou na Praça 1º de Maio, no centro da cidade. Nem mesmo a chuva atrapalhou o movimento. Servidores da justiça, sindicatos dos motoristas de ônibus, dos professores, dos comerciários e dos metalúrgicos estão entre as principais categorias que aderiram à paralisação. A paralisação nacional é uma reação às medidas adotadas pelo governo golpista para conter os gastos públicos. Entretanto, apenas os trabalhadores assalariados pagam a conta e são prejudicados com a reforma trabalhista, a terceirização e a precarização das relações de trabalho; além da reforma da Previdência.

ACIMA DO ESPERADO

A Polícia Militar estima que participaram do manifesto cerca de mil pessoas. Organizadores do evento falam em 2.500 grevistas que protestaram contra as reformas da Previdência, trabalhista e a Lei da Terceirização. Após a concentração na praça, e ao som de batuques e palavras de ordem, os manifestantes saíram em passeata passando pela avenida Brasil, trechos urbanos das BRs-381 e 458, onde os grevistas já começaram a se dispersar.
Com o deslocamento dos manifestantes pelos principais corredores de Ipatinga, o trânsito ficou ruim para quem seguia em direção à região central de Ipatinga. De acordo com o Tenente Lindon Jhonson, supervisor do 14º Batalhão de Polícia Militar na manifestação, não houve nenhuma anormalidade durante a greve geral. “A Polícia Militar tem como obrigação, até por força da constituição, preservar a ordem pública e manter o direito desses manifestantes de se expressarem e garantir tranquilidade àqueles que não querem participar do protesto. Tudo saiu dentro da normalidade até o final”, dissse.

ADESÃO
Maura Gerbi, integrante do Comitê Popular em Defesa da Democracia do Vale do Aço, disse ter ficado satisfeita com o número de pessoas que participou do ato. “Nós não pensávamos que teríamos o efeito que conseguimos em todo Vale do Aço. Tivemos paralisação de ônibus em todas as cidades, além da adesão de diversas categorias”, avaliou.
Gerbi acredita que a aprovação da reforma trabalhistas esta semana no Congresso Federal foi principal motivo para que mais pessoas aderissem ao movimento. “O governo Temer tem provocado o movimento popular e o movimento sindical, e uma das provocações é sem dúvida o projeto de reforma da CLT, que ao nosso entender não é nem reforma da previdência e nem das Leis trabalhistas. O que está se fazendo é a ruptura da CLT e nós temos que lembrar que são 100 anos de construção dos direitos trabalhistas”, pontuou Maura.

AMEAÇAS
Ao contrário de muitos sindicalistas que foram às ruas, os trabalhadores do comércio não pararam. Isso porque, o sindicato patronal não aderiu ao movimento e os funcionários acabam sem o apoio dos patrões. Cláudio Marcone Ferreira Tomaz, presidente do Sindicato dos Comerciários de Ipatinga reconheceu que a adesão da categoria ficou debilitada, já que o trabalhador de loja, na maioria das vezes, trabalha ao lado do empregador.
“Mas tivemos algumas adesões porque os ônibus não circularam na cidade. Mesmo assim alguns trabalhadores disseram que receberam ameaças de demissão por parte dos empresários e foram trabalhar de mototaxi, de carona com alguém, ou seja, gastando do bolso para trabalhar”, ressaltou.
Além disso, Cláudio considera que a reforma das leis trabalhistas impacta diretamente as pessoas que trabalham no comércio, e considera o projeto aprovado um retrocesso para os trabalhadores. “Isso é imposição de retirada de direito. Muitas pessoas morreram para que nossos direitos fossem adquiridos. Um dos itens que nos afeta é as férias parceladas em três vezes e a outra é a redução da multa rescisória de 40%”.

JUVENTUDE

Também participaram da manifestação de ontem o Movimento Levante Popular da Juventude. Débora, de apenas 16 anos, foi para as ruas protestar contra as reformas propostas pelo Governo Federal, e diz que apesar de ainda não trabalhar, protestar é uma forma de garantir o futuro digno aos trabalhadores do país. “Do jeito que está não pode ficar. E o levante está aí presente em todas as manifestações e estamos lutando pelo jovem e o povo no poder e para garantir um futuro tranqüilo”.

FÓRUM
Dos três poderes de Ipatinga (Legislativo, Executivo e Judiciário), apenas os servidores do Fórum foram para as ruas. Na assembléia geral da classe ficou determinado que 60% dos funcionários participassem do manifesto, enquanto o restante ficaria no Fórum fazendo os atendimentos de urgência. “Aderimos a essa greve porque somos contra as reformas que só irão trazer prejuízos para os trabalhadores”, opinou um serventuário da Justiça.

Manifestação começou
com paralisação dos ônibus

Eram cerca de 4h30 da madrugada de sexta-feira quando integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários foram para a porta da Saritur (empresa responsável pelo transporte público de Ipatinga) e bloquearam a saída dos ônibus. Não houve briga, mas a Polícia Militar esteve no local para garantir a ordem.
Por volta de 7h, sindicato e trabalhadores entraram em um acordo e a empresa liberou 22 ônibus das linhas municipais e 3 que fazem o transporte intermunicipal. A frota da Saritur é de 96 veículos. Por volta de meio dia, a empresa informou que mais oito carros haviam sido liberados em comum acordo com os trabalhadores. A situação se normalizou no decorrer do dia.
Marlúcio Negro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários explicou da necessidade de bloquear a saída dos ônibus. “Os ônibus hoje movimentam quase 60% da sociedade do Vale do Aço. Então o nosso objetivo foi atingido. Os trabalhadores deram apoio e a decisão de deixar a empresa rodar com o mínimo foi consensual entre os funcionários”, esclareceu.

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IPATINGA – A greve geral convocada para esta sexta-feira (28) teve pouca adesão no Vale do Aço, mas foram registrados protestos e atos públicos em vários pontos da região. A paralisação nacional é uma reação às medidas adotadas pelo governo golpista para conter os gastos públicos. Entretanto, apenas os trabalhadores assalariados pagam a conta e são prejudicados com a reforma trabalhista, a terceirização e a precarização das relações de trabalho; além da reforma da Previdência.

PANORAMA
Logo pela manhã um piquete do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sinttrocel) tentou paralisar a frota da Saritur, mas após negociação um terço dos ônibus começou a circular. No final da manhã, um número maior de coletivos já estava nas ruas. Ainda pela manhã uma caravana com dois ônibus transportando trabalhadores rurais sem terra foi interceptado pela Polícia Militar próximo à Cenibra. Os sem-terra participariam do ato público previsto para a tarde, em Ipatinga. A passeata está concentrada na praça bairro Iguaçu, próximo à Guiauto, aguardando a chegada de caravanas de Fabriciano e Timóteo. Do Iguaçu, o movimento segue em direção ao centro da cidade.
O Sindicato dos Bancários realizou manifestações em frente às agências da Caixa Econômica Federal em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. Mas os serviços operaram normalmente. Segundo os dirigentes sindicais, os desgastes provocados pela última greve dos bancários e o corte dos dias parados acabou desmobilizando a categoria para a greve geral desta sexta-feira.
Unidades de serviços do governo federal na região, como o Delegacia Regional do Trabalho, INSS e setores das forças de segurança paralisaram suas atividades.

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