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Usiminas pode entrar em recuperação judicial

DA REDAÇÃO – A Usiminas, que passa por situação financeira complicada, pode não ter caixa suficiente para manter as operações a partir de março, publicou ontem (12) o jornal Estado de S. Paulo. A siderúrgica não teve sucesso nos últimos meses com a venda de ativos ou na renegociação com bancos para estender pagamento de dívidas. Há meses tentando vender ativos, sem sucesso, para ganhar fôlego e em renegociação com bancos para alongar dívidas, a siderúrgica mineira, que já desligou três dos seus cinco altos fornos, em Ipatinga (MG) e Cubatão (ex Cosipa), tenta encontrar uma solução para evitar que a empresa entre em recuperação judicial.

A possibilidade de um aumento de capital, conforme antecipou o Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado, não é um consenso no grupo. Fontes ouvidas pelo Estado afirmam que um aporte, neste momento delicado da empresa, só poderia ser feito se a Usiminas apresentasse um plano de reestruturação para dar credibilidade ao mercado e mudasse a gestão.

“A Usiminas vive um conflito de gestão há tempos, antes mesmo da entrada do grupo Techint (em 2011). Tanto Usiminas como CSN, que estão altamente endividadas, tentam vender ativos. Mas a atual situação do setor é grave, com a superoferta global de aço e menor demanda da China. Além disso, a crise econômica no Brasil retraiu a demanda, agravando a situação”, disse Pedro Galdi, da consultoria Galdi Investimentos.

EBTIDA

A próxima semana será crucial para a companhia. No dia 18, o grupo divulga o balanço do quarto trimestre e a expectativa do mercado é de que a empresa feche no vermelho e a relação da dívida líquida/Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) aumente exponencialmente. No terceiro trimestre, a Usiminas encerrou com prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão e Ebtida ajustado negativo em R$ 65 milhões. Em setembro, a siderúrgica tinha em caixa R$ 2,4 bilhões.

No entanto, parte desses recursos, R$ 1,3 bilhão, estava na Mineração Usiminas (Musa), que barrou a liberação de caixa ao controlador. A CSN, no mesmo período, registrou um Ebtida de R$ 853 milhões e prejuízo líquido de R$ 532,6 milhões. Já a Gerdau reportou um Ebtida de R$ 1,291 bilhão e prejuízo líquido de R$ 1,9 bilhão (mas, em termos ajustados, lucro líquido foi de R$ 191 milhões).

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