Cidades

Timóteo investiga casos de dengue hemorrágica

Os agentes de endemias da Prefeitura de Timóteo vão percorrer casas e lotes vagos para combater os focos de dengue

TIMÓTEO – A Prefeitura de Timóteo iniciou nesta segunda-feira (7) uma série de ações contra a dengue no município. Duas pessoas adultas morreram no mês passado, vítimas de febre hemorrágica.
Outras três pessoas – dois adultos e uma criança – estão internadas em estado grave no Hospital Vital Brazil, em Timóteo, e também no Hospital São Camilo, em Coronel Fabriciano, com suspeita de terem contraído o estado mais grave da doença.

Entre os dias 15 de dezembro e 3 de janeiro o município notificou 725 casos. Esse número, no entanto, pode se aproximar dos 1,5 mil casos devido à subnotificação. A confirmação da dengue hemorrágica depende de resultado de exames da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

A Secretaria Municipal de Saúde trabalha em alerta máximo para evitar novos casos de febre hemorrágica e trata a situação como epidemia. A Administração Municipal apresentou ao governo do Estado um plano de contingência que prevê o combate imediato aos focos do mosquito Aedes aegypti, o atendimento e a medicação dos doentes, a realização de exames de diagnóstico e uma campanha de prevenção da doença.

O município implantou um fluxo específico para atendimento das pessoas com dengue na Unidade de Saúde Mário de Souza, no bairro Olaria, onde funciona também o Centro de Saúde da Mulher. No local, as pessoas terão acesso a exames de sangue e medicamentos, além de leitos de repouso e hidratação.
Os casos de urgência serão encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Otávio e ao Hospital Vital Brazil. Os custos estimados para montagem dessa frente de atendimento são de R$ 320 mil.

LIMPEZA E FUMACÊ
Para combater os focos do mosquito, a Administração iniciou um mutirão de limpeza no município, retirando nos três primeiros dias cerca de 400 toneladas de lixo e entulhos. Outras 1 mil toneladas de lixo e entulhos deverão ser retiradas essa semana.

A Prefeitura já normalizou a coleta de lixo domiciliar, e a limpeza das áreas restantes deverá ser concluída até o final da semana. Entre as próximas ações está previsto, a partir de quarta-feira (9) ou quinta-feira, a circulação do carro “fumacê” em todos os bairros do município, para eliminar o mosquito adulto.

Uma força tarefa do governo Estado, com aproximadamente 20 agentes de controle de epidemias, vai reforçar a equipe de 13 agentes municipais no trabalho de vistorias domiciliares e combate às larvas a partir desta terça-feira (8). Para evitar o surgimento de novos focos, no entanto, é preciso a efetiva participação da população.

Prefeito também foi vítima da doença
A epidemia de dengue em Timóteo é preocupante, segundo a Vigilância Epidemiológica, e pode se tornar uma calamidade se não houver uma mobilização de todos os moradores. Até o prefeito Keisson Drumond (PT) foi infectado pela dengue, e assumiu a Administração ainda com os sintomas da doença.
De acordo com o prefeito os agentes municipais não tinham larvicida para aplicar nas residências. Pelo número de moradores, a cidade deveria contar com 40 agentes, mas somente 13 trabalham atualmente no combate aos focos.

Vigilância teme calamidade
A Prefeitura de Timóteo iniciou nesta segunda-feira (07) um novo Levantamento do Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). O último levantamento da presença do mosquito no município, feito em outubro de 2012, apontou um índice de 3,8, o segundo maior do Estado, e quatro vezes maior que o aceitável pelo Ministério da Saúde, que é de menos de 1.

O trabalho de levantamento da infestação do mosquito da dengue em Timóteo deve ser concluído até a próxima quinta-feira (10). Segundo a Vigilância Epidemiológica, o alto número de infestação e a disseminação dos focos por domicílios em todo o município caracterizam uma epidemia de dengue na cidade.

Eunice Silva Silveira, gerente da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Timóteo, alerta que o LIRAa de Timóteo está alto mesmo no período de estiagem. Quando começarem as chuvas, conforme Eunice, o município poderá enfrentar uma situação de calamidade.

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