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Técnico mexicano destaca o respeito ao futebol brasileiro

(Crédito: World Cup Results)

RIO – Depois de uma problemática campanha nas eliminatórias da América do Norte, América Central e Caribe, com muita dificuldade, trocas de técnico e uma inesperada repescagem contra a Nova Zelândia, o técnico Miguel Herrera e a seleção mexicana parecem ter dado a volta por cima antes da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.

A atual fase do México é bem diferente daquela de meses atrás, e não faltam sorrisos e confiança no plantel. A esperança de uma boa campanha é grande, mesmo que ela comece por um grupo que tenha ninguém menos que o Brasil, dono da casa e favorito ao título, como grande favorito.

A duas semanas do jogo contra os brasileiros, o treinador conversou com o FIFA.com sobre a peculiar história desse confronto: a paixão surgida em 1970, a incrível supremacia mexicana em partidas decisivas e um aviso para o Brasil antes do jogo de 17 de junho: “que eles se preparem para a nossa entrega e determinação”.

FIFA.com: O torcedor mexicano admira muito o futebol brasileiro, possivelmente por causa da seleção que ganhou a Copa do Mundo da FIFA 1970. O que significa para vocês jogar esse torneio no Brasil?
Miguel Herrera: Foi muito emocionante ver o México se apaixonando pelo Brasil em Guadalajara, mas também torcemos muito pelos brasileiros em 1986. No México, há um carinho especial, pelo que significaram essas duas Copas do Mundo com o Brasil. Para nós, é excepcional jogar aqui, embora hoje não esperemos que eles torçam por nós, já que estamos no mesmo grupo. Mas seria excepcional se os dois se classificassem. Certamente a torcida ficará do nosso lado e torcerá por nós depois dessa segunda partida. Além disso, muitos mexicanos virão ao Brasil. Não tenha dúvida disso. Há mexicanos por todos os lados.

O México sempre foi um adversário difícil para Brasil e inclusive ganhou algumas finais nesse confronto. Como você explica esse fenômeno?
Herrera: Sem dúvida nós crescemos diante dos adversários mais fortes. Isso sempre aconteceu. O México olha para o Brasil e quer fazer uma boa partida. Na última Copa das Confederações, perdemos por 2 a 0, mas o segundo gol foi no fim. Fizemos um bom jogo e tivemos chances para empatar. Nos Jogos Olímpicos (de 2012), ganhamos. No Sub-17, ganhamos. Geralmente jogamos bem contra o Brasil. Precisarmos ter a consciência de que vamos jogar contra o anfitrião, o mais forte segundo a história, mas temos de dar tudo em campo. Vencer o Brasil, no Brasil, colocará a nossa seleção lá em cima. Essa é a mentalidade que precisamos ter.

Quais são os cuidados que o Brasil deverá ter quando enfrentar o México?
Herrera: Deverá ter cuidado com a nossa entrega e determinação. Vamos entrar em todas as divididas com gana de que a bola seja nossa. Certamente vamos correr muito mais do que eles, porque para ganhar precisamos correr. Eles têm jogadores que sabem o que fazer com a bola, que desequilibram facilmente e que podem passar por um ou dois jogadores: Neymar, Hulk… Eu poderia citar quatro, cinco ou seis atletas que podem desequilibrar. Mas se fizermos o “dois contra um” em todos os setores do campo, ou dermos poucos espaços, creio que teremos boas chances de ganhar.

Se tivesse de escolher uma partida entre Brasil e México que ficou na memória, qual seria?
Herrera: Todos os confrontos a que assisti foram bons para o México. Exemplos são a Copa das Confederações em que ganhamos do Brasil no México, e a Copa Ouro para a qual eles foram convidados (2003). Vim inclusive a Maceió em um amistoso no qual empatamos por 1 a 1. Podemos mostrar um bom futebol contra os mais fortes.
Neymar é o jogador a ser marcado no dia 17 de junho, em Fortaleza?
Herrera: Óbvio. Para mim, é o jogador mais talentoso do Brasil. Ele é uma figura emblemática nesse elenco e nesse Mundial, por ser em casa. Ele é adorado aqui. Precisaremos estar muito atentos para parar um jogador dessa qualidade.

Como fazer para pará-lo?
Herrera:
Fazendo com que a bola não chegue até ele. Essa é a melhor forma. Com a bola, ele é um jogador que faz a diferença, pois pode driblar um, dois, três jogadores com a habilidade que tem. Precisamos cortar essa ligação. Evitar que ele pegue na bola será muito importante.

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