Cultura

Suspense e “Robin Hood” chegam aos cinemas

SÃO PAULO (Reuters) – Veja um resumo dos principais filmes que estreiam no país na quinta-feira:

“AS VIÚVAS” – Como é habitual em sua obra premiada, que inclui os longas “Fome” (2008), “Shame” (2011) e “12 Anos de Escravidão” (2013), o diretor inglês Steve McQueen constrói um melodrama pontuado por um tom humanista. O ponto de partida é o casal formado por Veronica (Viola Davis), funcionária do Sindicato dos Professores de Chicago, e Harry (Liam Neeson), um exímio assaltante, que proporciona vida luxuosa à mulher.

A relativa ordem da vida deste casal é rompida quando Harry, comandando mais um assalto ousado, morre, junto com seus comparsas, num carro em fuga, que bate e explode em seguida, junto com o produto do roubo. Fora a dor pela perda do marido, Veronica vai se deparar com uma inesperada e violenta cobrança: havia cerca de US$ 2 milhões no carro incendiado, pertencentes a Jamal Manning (Brian Tyree Henry), candidato que disputa uma eleição regional e não está disposto a perder seu capital.

 

“ROBIN HOOD – A ORIGEM” – O problema e a vantagem da lenda de Robin Hood é que ela e o personagem se valem do que for necessário. E, na mais nova adaptação, o fora-da-lei que ficou conhecido por “roubar dos ricos para dar aos pobres” é neoliberalizado. O ladrão medieval luta contra os impostos que oprimem os ricos e pobres.

Taron Egerton assume o papel do protagonista: um nobre mandado para as Cruzadas, onde vê grandes horrores, e é dado como morto. Voltando para Nottingham, faz parceria com um mouro (Jamie Foxx), e reencontra sua grande paixão (Eve Hewson) casada, e lutando contra os opressores, especialmente a figura do malvado xerife (Ben Mendelsohn).

O novo Robin Hood deve mais a “Matrix” (por conta do figurino) e filmes de ação genéricos do que a qualquer outra adaptação do mito. Os sopapos são distribuídos e as coreografias de luta, forçadas – assim como a ponte política que o filme tenta fazer entre o passado e o nosso presente.

 

“DE REPENTE UMA FAMÍLIA” – Há um apelo humano nesta comédia dramática, dirigida por Sean Anders a partir de uma inusitada experiência pessoal, adotando nada menos do que três crianças de uma vez.

É nesta situação que se coloca o casal central do filme, Pete (Mark Wahlberg) e Ellie (Rose Byrne). Casados há bastante tempo, bem-sucedidos financeiramene, ele se sentem desafiados pela opção de ter ou não filhos. Ela começa a olhar na internet as fotos de crianças e adolescentes que estão em lares provisórios e os dois acabam se comovendo e indo conhecê-los pessoalmente.

Suas guias neste mundo são Karen (Octavia Spencer) e Sharon (Tig Notaro), duas dedicadas funcionárias públicas cuja missão é promover o encontro entre crianças abandonadas ou separadas de pais problemáticos e potenciais novos pais adotivos. Desta maneira, Pete e Ellie acabam atraídos pela ideia de adotar uma adolescente, Lizzie (Isabela Moner). No entanto, ela tem dois irmãos menores, Juan (Gustavo Quiroz) e Lita (Julianna Gamiz) e a ideia do programa de adoção é manter famílias unidas. Assim, do dia para a noite, o casal ganha três filhos com perfis e demandas diferentes.

 

“UM HOMEM COMUM” – Apesar do título, não há nada de comum na vida do General (Ben Kinsley), o ambíguo protagonista deste drama dirigido e roteirizado pelo norte-americano Brad Silberling. Veterano da guerra civil que dividiu a Iugoslávia nos anos 1990 e responsabilizado por massacres, o militar vive clandestino e recluso em Belgrado, Sérvia, protegido por um esquema secreto local. Ao mesmo tempo, países ocidentais reclamam sua captura.

Ainda assim, ele eventualmente se arrisca fora dos apartamentos onde mora, sendo reconhecido e, não raro, homenageado – não é segredo que, pelo menos em seu país, ele é mais considerado herói do que bandido.

Para evitar que seja localizado, seus protetores frequentemente têm que removê-lo de seu endereço. Mais uma vez, ele se muda para um outro apartamento, num prédio decadente. Vive na tensão de seu isolamento quando um dia entra pela porta uma jovem que tem a chave. Ela se identifica como Tanja (Hera Helmar), empregada da antiga moradora do local, o que não impede que o general a receba com a arma em riste.

 

“OS EXTERMINADORES DO ALÉM CONTRA A LOIRA DO BANHEIRO” – Eis um filme com uma boa ideia e uma execução ruim, que parte de uma espécie de nostalgia pelas comédias de ação dos anos de 1980 para chegar ao humor rasteiramente escatológico – que possivelmente nem humor seja – envolvendo fezes, urina, um preservativo usado grudado no rosto de uma mulher e um feto que se masturba atracado à cabeça de um homem.

Os protagonistas são um grupo de youtubers (interpretados por Danilo Gentili, Léo Lins, Murilo Couto e Dani Calabresa), que ganharam um pouco de fama alegando exterminar assombrações. Quando a famosa Loira do Banheiro começa a matar crianças numa escola, o diretor os contrata. Eles, que sempre forjaram seus casos, agora terão de enfrentar uma ameaça verdadeira.

O terror nacional não funciona e se torna engessado em sua necessidade constante de querer fazer rir chocando. E, no final, não consegue nem uma coisa, nem outra.

 

(Por Neusa Barbosa e Alysson Oliveira, do Cineweb)

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