Cidades

Suplentes reforçam pedidos por nova eleição no conselho

José Geraldo Barros, Eliamar Martins e Marinalva Lopes são conselheiros tutelares suplentes e réus na ação movida pelo Ministério Público     (Crédito: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – A ação civil pública que culminou com a anulação do processo eleitoral do Conselho Tutelar poderia ter sido evitada. Isso se o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) tivesse acatado a recomendação do promotor Fábio Finotti durante audiência de conciliação, que sugeriu o cancelamento da votação.
De acordo com os suplentes ouvidos pelo DIÁRIO POPULAR, Marinalva Lopes, Eliamar Martins e José Geraldo J. Barros, que também são réus no processo movido pelo Ministério Público, diante da promotoria a comissão eleitoral confirmou que faria novo processo. A audiência ocorreu no começo de junho.
Contudo, pouco depois, o direcionamento tirado pelos conselheiros em assembleia foi pela manutenção do pleito, mesmo com todos os problemas registrados nas zonas de votação. “Ficamos satisfeitos com o encaminhamento do Ministério Público. Queremos uma eleição justa e sem erros, principalmente que reflita o trabalho sério que o Conselho Tutelar faz pelas crianças e adolescentes”, disse Marinalva.
Sobre o prazo legal para a impugnação do processo eleitoral, que deveria ter sido feito em 29 de maio, a comissão de suplentes esclareceu que optou por pedir que o CMDCA apenas lacrasse as urnas.
“Confiamos o todo tempo na promotoria. Os erros do processo foram confirmados pela presidente do Conselho. Não entendo porque agora vem dizer que não houve violação de direitos. Houve pessoas que votaram sem título de eleitor ou mesmo sem documento com foto, o que era expressamente proibido pela lei. Indicamos várias testemunhas que confirmam essa informação”, declarou.

VOTO
Eliamar também é uma das suplentes que ficou prejudicada no processo eleitoral. Como seu nome não constava na lista, não conseguiu votar nela mesma. “Fizemos um relato detalhado de todos os erros e podemos provar que o processo foi viciado. Espero que a justiça mantenha a decisão que cancelou a votação”, opinou.
Apesar de pedirem um novo processo eleitoral, os suplentes ainda não sabem se todo o processo será invalidado. Ao todo, para o processo de escolha dos candidatos – da seleção até a etapa de votação – são necessários seis meses.

LISTAGEM
A lei sobre o procedimento de eleição do Conselho Tutelar – a lei municipal 2.517 – determina que para participar da votação o eleitor tem que se cadastrar na sede do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) ou nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município.
Mas, para a eleição de maio deste ano, a comissão eleitoral resolveu proporcionar mais ‘comodidade’ aos concorrentes e permitiu que cada um fosse às ruas para mobilizar o eleitor e cadastrar seus concorrentes.

‘VOTO DE CABRESTO’
Ao todo, mais de 10 mil pessoas foram inscritas para participar do escrutínio. Como houve problemas nos cadastros, a comissão eleitoral acabou recorrendo ao xerox dos registros feitos pelos candidatos. E com isso aqueles que não tinham em mãos as cópias ficaram prejudicados.
“Pedir voto é uma coisa, mas cadastrar as pessoas é retroceder e praticar o voto de cabresto. Quem for cadastrado por mim fica indiretamente obrigado a me dar seu voto”, criticou Barros. “A lista facilitou por um lado, mas complicou no final o processo. Pedimos que seja feito um novo cadastramento, já que houve irregularidades no anterior”, emendaram as suplentes.
A expectativa dos concorrentes é de que em breve seja marcada uma nova eleição, para que o processo seja justo, com igualdade de condições e organizado. “O trabalho precisa ser reformulado porque de nada adianta fazer da mesma forma, e com isso gerar problemas novamente. Confiamos todo o tempo no trabalho do promotor e ele vai fazer justiça e defender nossos interesses”, finalizou.

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