Cidades

Subsecretário do Estado visita hospitais na região

Maurício Botelho disse que demissão em massa de médicos levará à responsabilização dos mesmos      (Crédito: Nadieli Sathler)

 

TIMÓTEO – O subsecretário de Políticas e Ações de Saúde, Maurício Rodrigues Botelho, esteve no Vale do Aço na manhã de ontem (24) para visitar as obras do Hospital São Camilo de Coronel Fabriciano (ex-Siderúrgica).
Antes, o representante do Estado esteve no Hospital Vital Brazil, reunido com o diretor técnico Abner M. de Araújo, o diretor de qualidade Alysson Silveira e representantes da São Camilo para tratar do fechamento do ambulatório de ortopedia e da sobrecarga na unidade.
O encontro começou às 9h30 e se prolongou por mais de uma hora. O corpo clínico da unidade expôs ao gestor estadual os recentes problemas. Eles relataram que todos os dias há uma demanda de 450 atendimentos, dos quais 300 são procedimentos ambulatoriais que não deveriam estar na porta do pronto-socorro.
“A paralisação é uma decisão deles e vamos tentar ajudar na solução. Mas o Ministério Público já foi notificado a respeito dessa atitude. Demissão em massa configura cartelização, eles responderão por isso. Se for radicalizar, é ruim para todos. Acho que ninguém está querendo isso. Temos que ouvir os médicos e saber das suas dificuldades, mas também tem que haver a responsabilização de todos”, declarou.
Maurício destacou que o Estado, diferente de outras regiões, tem investido fortemente no Vale do Aço, com quase R$ 20 milhões adicionais. Como é caso de Ipatinga, em que o Hospital Municipal recebe o Prohosp – além do Hospital Márcio Cunha e do Vital Brazil, que recebem verbas estaduais.
“Verificamos que há um excesso de demanda na porta. Não tem quantidade de plantão que você coloque na unidade que consiga cobrir o volume de pacientes. Acreditamos que a reabertura da unidade da São Camilo em Coronel Fabriciano vai desafogar”, avaliou.

DIVISÃO
Após o encontro em Timóteo, o subsecretário seguiu com comitiva da Gerência Regional de Saúde para vistoriar as obras do Hospital São Camilo, em Coronel Fabriciano. “Investimos quase R$ 17 milhões na reforma da unidade. As obras estão avançadas e teremos, na segunda quinzena de agosto, a reabertura do pronto-atendimento. Ao longo do ano, outras alas serão abertas. Os hospitais São Camilo de Timóteo e de Coronel Fabriciano atenderão a toda a micro de Fabriciano”, explicou.
Na divisão de especialidades, ficou definido que em Timóteo serão feitos os procedimentos de obstetrícia, pediatria e ortopedia. Já em Fabriciano serão referenciados os atendimentos de clínica médica e cirúrgica.
“Os pacientes de Fabriciano vão ser mandados para Timóteo dentro dessa divisão, e de Timóteo para Fabriciano. É como se fosse um único hospital com duas unidades, e a população precisa acostumar com essa ideia. Isso vai desafogar, porque serão duas portas atendendo à mesma quantidade de gente”, ponderou.

ENCONTRO REGIONAL
Maurício Botelho também comentou a respeito do encontro que será realizado na segunda semana de agosto, ainda sem data definida, pelo Ministério Público da capital mineira, com as promotorias de Saúde do Vale do Aço.
“Estaremos reunidos com os promotores junto com os secretários municipais e diretores dos hospitais fazendo a pactuação para que a gente harmonize todo o sistema. A atenção primária já evoluiu, porém ainda há sobrecarga nos hospitais. Temos algumas clínicas que os municípios precisam montar, ambulatórios, e fornecer consulta especializada”, afirmou.
O subsecretário reiterou que todos os municípios do colar metropolitano têm contribuído para o aumento do fluxo nos hospitais. Os plantões contratados são para casos emergenciais. “Precisamos estabelecer essa condição e harmonizar. Há realmente uma falta de leitos, o que estamos procurando suprir. Mas há fortemente uma desorganização da atenção secundária e primária dos municípios de maneira geral”, pontuou.
O encontro no MP vai avaliar os atendimentos nas unidades de saúde, atenção secundária e hospitalar. Após isso, com a mediação sanitária das promotorias de saúde, vai haver uma nova pactuação.
“Vamos fazer um pacto e juntar todas as medidas de intervenção. Temos mapeados os municípios que têm causado mais problemas, e vamos intervir”, prometeu.

MÁRCIO CUNHA
Depois de visitar as obras do Hospital São Camilo de Coronel Fabriciano, a comitiva da Secretaria Estadual de Saúde seguiu para um rápido encontro no Hospital Márcio Cunha com representantes da Fundação São Francisco Xavier.
“Foi uma visita rápida para avaliarmos também a situação, quais os gargalos, as condições de dificuldade que eles estão enfrentando. A maior delas é a intercorrência no Hospital Municipal, pela redução nos atendimentos. Isso tem ocasionado um excesso na portaria do Pronto Socorro do Márcio Cunha, situação que também não nos é confortável”, justificou.

São Camilo tenta acordo com médicos ortopedistas
Timóteo
– Os serviços ortopédicos do Hospital e Maternidade Vital Brazil permanecem suspensos, já que, após reunião, ontem, entre a diretoria do Hospital e representantes da Secretaria Estadual de Saúde, não foi definido nenhum aporte financeiro para os gastos excedentes em relação à especialidade.
A diretoria do Hospital foi informada de que a situação terá nova atenção do Estado após reabertura do Hospital São Camilo, em Coronel Fabriciano, por entender o Estado que o novo Hospital irá aliviar a sobrecarga de atendimentos. “A direção lamenta a situação e aguarda a solução antes de possíveis intercorrências negativas. Ontem tivemos nova reunião com os ortopedistas na tentativa de acordo”, informou, em nota, o hospital.

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