(Crédito: Divulgação Consep 1)
IPATINGA – O convite para que o Ministério Público, Poder Judiciário e Defensoria Pública também participem das discussões da campanha “Não dê Esmola”, foi a principal deliberação de uma reunião realizada no Centro POP de Ipatinga. O encontro, solicitado pela Associação Comercial de Ipatinga (Aciapi), reuniu cerca de 20 representantes de Conseps, Polícias Militar e Civil, entidades sociais e técnicos das secretarias municipais de Assistência Social (SMAS) e Segurança Pública e Convivência Cidadã.
Ao fazer a explanação do projeto da campanha, o jornalista Joel Souto (coordenador de marketing da campanha) chamou a atenção para o conceito básico da iniciativa dos Conseps. Disse que o foco não é impedir ações de solidariedade, mas conscientizar quanto ao destino das doações. “Algumas peças [publicitárias], trazem, por exemplo, o endereço de várias entidades que assistem estas pessoas. Este é o caminho indicado para que a caridade surta efeitos sociais. Com isso, impede-se que a boa ação alimente o vício e amplie a insegurança pública”, pontuou.
ACOLHIDA
O titular da SMAS, Vasco Lagares, discorreu sobre a reestruturação do setor pela prefeitura, o que, segundo ele, otimizará a participação do Poder Executivo na campanha dos Conselhos de Segurança Pública (Conseps). “Desde que assumimos, melhoramos a estrutura da rede para atender esta demanda que é preocupante e crescente. Para a acolhida, prevista no projeto dos Conseps, temos alguns instrumentos como o Centro POP, equipes de abordagem, consultório na rua e educadores sociais”, citou, ressaltando que algumas ações já estão em andamento.
PREOCUPAÇÃO
O presidente do Consep I (Centro), Gerson Paulino, relatou que a situação já está insustentável, com problemas como roubos, tráfico e consumo de drogas e, até prática de sexo ao ar livre.
O diretor da Sedese/MG, Edinho da Ferramenta, ressaltou que “a doação de esmolas, além de não trazer dignidade, ainda colabora com a ociosidade, atrai novos mendigos e facilita a permanência deles na rua”.
O presidente da Aciapi, Luiz Henrique, considerou positivas as discussões e frisou que a questão da mendicância não é “dor de cabeça” apenas para os comerciantes do Centro. “Saio (da reunião) melhor do que entrei, porque percebi que a preocupação dos Conseps, e também da Aciapi, é comum à Prefeitura. Esta questão traz constrangimento para os comerciantes em toda a cidade, o que nos obriga a agir rápido, minimizando o problema e deixando-o em níveis toleráveis”, afirmou.
Também participaram do encontro o sargento Pereira (representando a Polícia Militar), delegado Geraldo Magela (Polícia Civil), Maria Geralda (Consep 5), Clemilda Gomes (Conselho da Cidade e Associação de Moradores do Forquilha), além de integrantes do projeto Videiras, uma das entidades para acolhimento de pessoas em situação de rua na cidade.