Cidades

Servidor denuncia abuso de poder no governo Robson

Everaldo Fernandes: “Relatei ao diretor a falta de documentação de 2012 e ele me disse que fiscalizar a situação dos carros não era função minha”, contou    (Crédito: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – O motorista Everaldo Fernandes, de 27 anos, está impedido de exercer sua função no Hospital Municipal Eliane Martins desde que denunciou irregularidades na frota de carros e ambulâncias da unidade hospitalar.
O servidor se recusou a continuar trabalhando no Fiat Uno (placa HMN-6212), pois o veículo estava com documentação de 2010. O funcionário teve ciência do fato no dia 4 de junho e acabou pedindo à sua superior que providenciasse a regularização do DUT (Documento Único de Transferência).
“Fui até a gerente Vera Lúcia Sampaio na parte da manhã e relatei a ela o problema. Ela me autorizou a continuar usando o carro sem problema. Na parte da tarde, fui levá-la até a Prefeitura, no Centro, e pedi que ela revolvesse o problema com o pessoal da secretaria. Ela ficou de verificar a situação”, contou.
O servidor foi contratado no dia 29 de abril, e designado para atender aos funcionários da administração do hospital. Everaldo foi aprovado no processo seletivo realizado em fevereiro deste ano.

MULTAS
Na tentativa de resolver a situação, Everaldo procurou o Departamento de Transporte da Prefeitura para obter mais informações. Mas não conseguiu solucionar o impasse. Depois de pesquisar a situação do veiculo junto ao Detran do Estado, o servidor detectou que o carro possui duas multas.
Além do carro de passeio, pelo menos outros dois veículos também se encontram em situação similar. A ambulância Iveco (placas HNH-0430) tem uma multa e a Peugeot tem outras cinco, inclusive uma originária do estado do Rio de Janeiro.
“No meu contrato de serviço, consta que é minha atribuição efetuar o controle da documentação do veículo e providenciar sua atualização. Só que ao tentar fazer isso, fui perseguido. Quis vir trabalhar na Prefeitura imaginando boas condições. Nunca pensei que houvesse tanto problema. Uma ambulância com documentação irregular é inadmissível. Imagina transportar um paciente para Belo Horizonte, como sempre ocorre, e ficar parado por causa de documentação irregular”, pontuou o motorista.

SINDICATO
Sem um carro com documentação regular para trabalhar, Everaldo recorreu ao Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserp). Recebeu orientação de se reunir com a direção do hospital. “Tive uma reunião com o Eclair (Fenske, diretor do Hospital Municipal) no dia 7 deste mês, expus a situação e pedi para que assinassem o termo (responsabilizando-se pela situação). Só que nenhum dos dois quis se responsabilizar. O diretor ainda disse que fui antiético porque fui ao sindicato. Ele falou que como sou funcionário do hospital, o problema deveria ter sido resolvido entre nós”, revelou.
O documento garantiria que, caso o servidor fosse parado pela Polícia Militar, a penalidade não seria creditada em sua Carteira de Habilitação.

CORTE
Na última segunda-feira (11), ele foi informado pela direção que sua hora-extra tinha sido cortada e “que ele seria colocado à disposição”. “Desde a semana passada, estava combinado que eu cobriria o outro motorista. Estou sendo perseguido pela direção do hospital. Isso é abuso de poder, pois quando questionei a situação do veículo, estava apenas cumprindo com a minha obrigação”, ponderou.
O diretor do Sintserpi, Geraldo Campos, buscou junto à direção da unidade hospitalar informações sobre a situação de Everaldo. “Fomos informados que o servidor foi colocado à disposição por quebra de hierarquia”, falou. Campos se reuniu na sexta-feira com a Prefeitura, que pediu prazo até esta quarta-feira para dar um retorno sobre a situação.

TRANSFERÊNCIA
A Prefeitura informou, através de nota, que o servidor público foi contratado por meio de um processo seletivo para prestar serviços para a Secretaria Municipal de Saúde e não para um setor específico como o Hospital Municipal. Portanto, qualquer setor da Saúde pode requisitar os serviços do servidor e ele pode ser remanejado a qualquer momento.
Contudo, os questionamentos sobre os motivos que levaram à transferência do servidor e porque a situação do veículo não foi regularizada não foram respondidos pela assessoria.

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