Cidades

Série de arrombamentos tira o sono de lojistas em Fabriciano

Bandidos danificaram a porta de uma joalheria no Centro da cidade     (Fotos: Emmanuel Franco)

FABRICIANO – “Do jeito que as coisas estão caminhando, não vou ficar surpreso se eu for a próxima vítima”. A declaração é de um comerciante instalado há 50 anos na rua Cel. Silvino Pereira (antigo Calçadão), no Centro de Coronel Fabriciano. O empresário revela que pelo menos cinco lojas foram arrombadas na via nos últimos 30 dias.

“Temos muito pouco policiamento nas ruas do Centro, principalmente à noite, e alguém tem que dar fim a essa intranquilidade. Pagamos impostos e temos os nossos direitos”, reclama o lojista, que teme retaliações por parte de criminosos e pediu para não ser identificado. Ele ainda listou os estabelecimentos comerciais da Rua Cel. Silvino Pereira que foram “visitados” por bandidos nas últimas semanas: Casa Quintão, Loja Diretório, Loja Visual Modas, Joalheria Carlos e Point Jeans.

O Sindcomércio (Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços) Vale do Aço tem recebido com frequência reclamações de comerciantes fabricianenses que se sentem amedrontados com a falta de segurança na cidade. O presidente da entidade, José Maria Facundes, vai buscar soluções para o problema junto aos chefes de polícia do município. “Nossa intenção é unir forças para dar fim a essa onda de furtos e arrombamentos. O início do ano já é muito pesado para o lojista, uma vez que recai sobre ele uma elevada carga tributária. Agora teremos mais custos com o vandalismo de criminosos em nossas lojas? Temos que achar uma saída”, reivindica José Maria Facundes.

MADRUGADA
Um dos estabelecimentos comerciais alvo da ação dos bandidos foi a joalheria Carlos, na Rua Cel. Silvino Pereira, arrombada na madrugada da última sexta-feira (25). “Mantenho o meu negócio há 32 anos no mesmo ponto e também já fui assaltado à mão armada. Falta segurança e o policiamento no Centro da cidade poderia aumentar. A Big Joalheria (também no Centro de Fabriciano) pertence à minha irmã e também foi assaltada recentemente”, conta José Carlos de Sousa, proprietário da Joalheria Carlos. “Em plena sexta-feira, quando o movimento é grande, foi surpreendido com esse arrombamento e só pude abrir minha loja depois das 10h30”, complementou.

QUATRO VEZES
No comércio há três décadas, Marco Túlio Lamounier Alves é proprietário de lojas de calçados. Ele é mais um lojista que tem sofrido com a ação de marginais. “Tenho uma loja na Rua Maria Matos, no Centro de Coronel Fabriciano, que foi arrombada no último dia 18, quando tivemos uma festa aqui no Centro de Fabriciano. Outra loja minha na Avenida Geraldo Inácio, no distrito de Melo Viana, foi alvo da ação de marginais quatro vezes só em dezembro”, relata Marco Túlio. Para ele, não há segurança para o comércio em Fabriciano e o policiamento precisa melhorar. “O problema é a lei, que não dá condições para a polícia trabalhar. Todas as ocorrências de furto e arrombamento nas minhas lojas têm adolescentes envolvidos. A polícia prende o menor, mas não tem para onde levá-lo. Então ele volta para as ruas e novamente arromba nossas lojas. Nós (empresários) e os policiais ficamos com cara de bobo diante desta situação”, analisa Marco Túlio.

SOLUÇÃO IMEDIATA
Não existe no Vale do Aço um local para internação de adolescentes infratores. A maioria dos menores apreendidos por cometer assaltos, furtos ou arrombamentos em lojas presta depoimento na delegacia e é liberada. “A polícia sabe quem são os arrombadores, mas nada pode fazer. Como é um problema sem solução imediata, em busca de segurança eu decidi trocar a beleza das vitrines iluminadas por portas de aço e alarme, além de vigias, pois do jeito que está não dá pra continuar”, afirma Marco Túlio.


Marco Túlio revela que uma de suas lojas, no distrito de Melo Viana, foi arrombada quatro vezes só em dezembro

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