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Segundo voto acompanha relator e faz apologia da Operação Lava Jato

PORTO ALEGRE – O desembargador Leandro Paulsen, acompanhou na íntegra do voto do relator e votou pela condenação do ex-presidente Lula, concordando também com aumento da pena para 12 anos e 1 mês. Paulsen disse que houve 71 imputações de crime ao ex-presidente Lula. "Poder-se ia avançar para outros crimes", mas não há provas seguras, destacou. "Ficamos em um crime de corrupção e um por lavagem de dinheiro". O próximo voto é do desembargador Victor dos Santos Laus.
O desembargador, que foi o segundo a votar no julgamento do ex-presidente Lula, usou a tribuna para fazer uma verdadeira apologia da Operação Lava Jato e também para justificar a condenação do ex-presidente em 1ª instância e, tudo indica, também em 2ª. Durante seu voto, disse que o triplex "torna evidente que (o presidente) sabia da conta de propinas e dela fazia uso". Segundo ele, Lula foi "beneficiário direto de parte da propina destinada ao PT, parte dela utilizada no triplex". Paulsen defendeu a Lava Jato e listou crimes, personagens e montantes descobertos pela operação.
O voto do desembargador, marcadamente político, não aponta aprovas efetivas de que Lula seja dono do triplex do Guarujá, como de resto todo o processo movido por Sérgio Moro, pautando-se por ilações e “convicções”.
"Estamos tratando da revelação de uma criminalidade organizada envolvendo a própria estrutura do estado brasileiro, com prejuízo inequívoco às suas perspectivas de crescimento", disse Leandro Paulsen .
Em seguida o desembargador repassou a denúncia dos réus. Antes, lembrou as acusações da Lava Jato: "A lei é para todos", afirmou, em frase de efeito que já virou título de filme.

ISONOMIA
Conforme ele, a eleição e a posse no cargo de presidente não coloca o eleito acima do bem e do mal. "Presidentes são homens e mulheres, sendo imprescindível sua sujeição a limites e a controles", pontua. "A prática de crimes no exercício da função ou em função dela é algo incompatível com a ordem jurídica e de mais alta gravidade", complementa.
Paulsen defendeu ainda as decisões do TRF-4 em relação ao processo, embora praticamente todas as solicitações e recursos da defesa tenham sido negados. "Tudo que se faz necessário para garantir um julgamento legítimo e justo foi feito".

ACERVO
O desembargador concordou com o relator na rejeição das preliminares apresentadas pela defesa. "Não é mais possível admitir que o dinheiro público viaje na bagagem da impunidade", pontuou, dizendo que "nem sempre a lavagem (de dinheiro) é complexa, basta a ocultação do produto da atividade criminosa", considerou.
Durante o voto Paulsen falou sobre os crimes de lavagem de dinheiro relacionados ao acervo presidencial. O desembargador diz que não se comprovou qualquer irregularidade na questão do acervo presidencial. "Se rejeita essa imputação no ponto", conclui.
Em relação ao triplex, ele disse que a sentença de Sérgio Moro considera apenas um crime de corrupção praticado por Lula; já o recurso do MPF pede para que se considere três crimes.
Segundo ele, Lula agiu "pessoalmente", "forte na condição de presidente da República". "São os diretores por ele sustentados que praticaram os crimes, facilitando as contratações das empresas participantes do cartel", complementa o revisor.

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