Cidades

Secretário se manifesta sobre sua “imagem nas eleições”

“Isso é tudo uma campanha difamatória para desconstruir a imagem de um grande patrimônio que essa região construiu. Eu posso hoje ser de vereador a presidente da República. As minhas certidões são todas negativas. Não há nada que deponha contra o Alexandre Silveira”

“Em política, os apoios são pedidos, e não dispensados. A deputada optou por não me querer em sua campanha, enquanto já gravei participação em horário eleitoral de mais de 40 municípios da região e da capital”.

“Enquanto prefeito interino, o Robson tinha uma aceitação de quase 70% da população, com base em pesquisas feitas. Por isso, meu dever de representante era apoiá-lo. Mas hoje sabemos o quão frustrante foi sua administração”.

 

IPATINGA – O secretário de Estado de Gestão Metropolitana Alexandre Silveira resolveu falar com a imprensa de Ipatinga ontem (20). Em uma clara tentativa de resgatar sua imagem – desgastada depois do apadrinhamento de um governo completamente inoperante – o deputado federal tentou se desvincular da administração Robson Gomes (PPS) e atacou ferozmente o ex-prefeito Chico Ferramenta (PT).
Apesar de esclarecer inicialmente que suas declarações não tinham intenção eleitoreira, os ataques a Ferramenta – principal apoiador da candidata do PT à Prefeitura de Ipatinga Cecília Ferramenta – acabaram assumindo conotação eleitoral, uma vez que ele sempre deixou claro que está no mesmo campo político da deputada estadual Rosângela Reis (PV), adversária da petista. “Por mais que esteja dando essas declarações em meio a uma eleição e as pessoas não acreditem, essa coletiva não tem conotação eleitoral. Depois de uma longa reflexão e em função do papel de representante regional que exerço como deputado eleito, fiquei mais de 18 meses sem polemizar assuntos políticos, me dedicando apenas a buscar investimentos para região em função dos quatro anos de instabilidade política que a cidade viveu”, afirmou. O deputado acrescentou que a entrevista “não tinha a intenção de atacar a candidata do PT e nem privilegiar a candidatura do PV’.
O secretário dedicou longo tempo para falar dos vários processos que o ex-prefeito enfrenta na Justiça – e entregou à imprensa uma cópia da relação deles. Silveira também relembrou sua trajetória política. Ele lembrou que chegou à região há 12 anos, momento em que todas as lideranças políticas regionais eram integrantes do Partido dos Trabalhadores.
“Os quatro deputados eleitos eram do PT, assim como os prefeitos das três principais cidades também. Hoje a história mudou. Dos quatro deputados eleitos, nenhum é do partido e a única prefeitura que eles mantiveram foi a de Coronel Fabriciano. O único deputado federal eleito com mais de 200 mil votos fui eu”, se vangloriou, esquecendo-se de mencionar Santana do Paraíso, governada há oito anos pelo PT.
O deputado então adotou um tom mais dramático e disse que está sofrendo uma perseguição articulada por ‘experientes marqueteiros’, na tentativa de desconstruir sua imagem na cidade. “Dois corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço, por isso estou sendo perseguido. Sempre assumi posições fortes. No ano de 2000, apoiei a candidatura de Inácio Gomes de Barros (DEM) contra Chico Ferramenta (PT). Depois, em 2004, estava com João Magno contra o Sebastião Quintão (PMDB). Já em 2008, estive com Chico Ferramenta novamente”, lembrou. Por sua vez, em 2010, esteve ao lado de Robson Gomes (PPS).

GOVERNO ROBSON
Questionado se sua baixa popularidade era devido à escolha errada – apoiar Robson Gomes (PPS) nas eleições extemporâneas de 2010 -, o deputado respondeu que pesquisas apontavam que naquele momento, enquanto interino, a Administração Municipal tinha a simpatia de 70% do eleitorado municipal.
“Enquanto prefeito interino, o Robson tinha uma aceitação de quase 70% da população, com base em pesquisas feitas. Por isso, meu dever de representante era apoiá-lo. Mas hoje sabemos o quão frustrante foi sua administração”, lamentou.
Silveira mais uma vez fez questão de justificar que retirou seu apoio ao governo do atual prefeito Robson Gomes (PPS). Ele relembrou que em vários momentos aconselhou o ex-companheiro de partido a não exonerar secretários municipais de sua primeira equipe de governo.

ELEIÇÕES
Sobre a quem dará seu apoio político nas eleições de 7 de outubro, Alexandre Silveira lembrou que foi rejeitado pela candidata do PV. “Em política, os apoios são pedidos, e não dispensados. A deputada optou por não me querer em sua campanha, enquanto já gravei participação em horário eleitoral de mais de 40 municípios da região e da capital. Com isso, ela me desonerou, e agora posso escolher em quem votar”, ponderou.

Cecília não responde a provocação de secretário
Ipatinga
– A Coligação Pra Consertar de Novo evitou polemizar com o secretário de Estado Alexandre Silveira. Em nota, reafirmou a sua disposição de manter “a campanha eleitoral em alto nível, se preocupando em analisar o momento atual vivido pela cidade e apresentar suas propostas para recolocar Ipatinga nos trilhos do desenvolvimento”. Cecília Ferramenta já teve seu registro deferido e não tem qualquer pendência que impeça sua candidatura.
“As denúncias requentadas pelo secretário de Estado, apoiador e eleitor da deputada estadual, não trazem nada de novo. A cidade já tem conhecimento sobre os processos movidos pela oposição contra Chico Ferramenta. Não passam, na verdade, de perseguição política, e Chico vem se defendendo de todas as acusações na Justiça”, continua.
Para finalizar, a coligação afirma que Cecília Ferramenta não vai debater qualquer assunto com apoiadores da candidata adversária. “Nossas propostas vão continuar sendo apresentadas e debatidas com a população de nossa cidade, que é a verdadeira interessada nas soluções, pois vem sofrendo demais com o péssimo governo realizado pelo grupo apoiado pelo secretário e pela deputada estadual.”

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