Cidades

Secretário admite risco de fechamento do Hospital

Prazo para intervenção financeira dos governos estadual e federal no Hospital Municipal cai para 15 dias

 

IPATINGA – As especulações de que o governo Robson Gomes (PPS) pode fechar o Hospital Municipal Eliane Martins se confirmaram na tarde de ontem através de ofício assinado pelo secretário municipal de saúde, Wagner Barbalho, datado da última sexta-feira (13).
A reportagem do DIÁRIO POPULAR teve acesso ao documento em que o gestor afirmou que nos próximos 15 dias, “sem a intervenção financeira dos governos estadual e federal, será impraticável manter os atendimentos no Hospital com risco iminente de fechamento da unidade”, declarou.
As primeiras informações sobre o possível fechamento da unidade foram divulgadas no último domingo (15), depois que servidores públicos se reuniram com a direção da unidade para tratar do pagamento das horas-extras devidas pela Prefeitura. No mesmo encontro foi dito que o governo esperaria por uma ajuda financeira nos próximos 30 dias, que agora reduziu pela metade.
A alegação da Administração Municipal é que 97,5% das despesas da unidade são custeadas com recursos próprios, o que representa por mês gastos de R$ 3,2 milhões.
O ofício informa ainda que das 510 consultas, 37% dos serviços são para usuários não residentes, muito dos quais não referenciados para o município.
Com a alegação de queda na receita e aumento da demanda por conta do fechamento do Hospital Siderúrgica, justificativa também usada pelo Hospital Vital Brazil, o secretário sustenta que a sobrecarga do serviço tem tornado inviável a operacionalização do Hospital.

SINDICATO
Durante reunião na manhã de ontem, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi), Helenir Lima, recebeu do secretário de Saúde a informação de que as horas-extras acumuladas em maio e junho devem ser pagas no dia 10 de agosto.
Mas a promessa ainda não encorajou os servidores públicos da unidade a voltarem a preencher os horários vagos nas escalas. Atualmente o volume de trabalhadores corresponde a apenas 30% do necessário.
“O que precisa ficar claro é que a falta de atendimento não é porque os servidores estão se recusando a trabalhar. Pelo contrário, sempre houve uma disposição de atender à demanda, mas para isso é preciso que o governo autorize o banco de horas”, falou.
Mesmo tendo realizado processo seletivo e concurso público, a Prefeitura não pode convocar os aprovados porque a folha de pagamento já comprometeu com o percentual permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

GESTÃO PLENA
Enquanto município polo de Ipatinga possui a gestão plena na saúde, os 33 municípios vizinhos que recorrem ao Hospital Municipal para atendimentos de urgência e emergência referenciam para a cidade os procedimentos médicos.
Outra parcela de consultas especializadas e exames de média e alta complexidade (atendimento secundário e terciário) a que esses municípios adjacentes têm direito acabam não sendo executados por conta da pouca infraestrutura disponibilizada, tanto na Policlínica Municipal, quanto no Hospital Eliane Martins.
Nos casos de consultas e exames, o Consaúde (Consórcio Intermunicipal da Microrregião do Vale do Aço) consegue dar vazão para os municípios consorciados, tais como Açucena, Antônio Dias, Belo Oriente, Braúnas, Bugre, Córrego Novo, Dionísio, Iapu, Ipaba, Ipatinga, Jaguaraçu, Joanésia, Marliéria, Mesquita, Naque, Periquito, Pingo D’Água, São João do Oriente, Timóteo e Vargem Alegre.


Wagner Barbalho disse que a Prefeitura
deve pagar horas-extras em 10 de agosto

 

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