Cidades

Rômel descarta paralisação de áreas primárias em Ipatinga

IPATINGA – O presidente da Usiminas Rômel Erwin de Souza desmentiu os boatos de que a unidade da siderúrgica em Ipatinga possa ter setores primários paralisados, a exemplo do que correu em Cubatão, onde houve adequação do tamanho da empresa como um todo ao tamanho do mercado, com consequente ajuste de pessoal. “Não faz sentido fazermos em Ipatinga. O que fizemos em Cubatão foi adequar a produção para não termos a pressão de exportar aço sem margem financeira positiva. Não prevemos nenhum ajuste dessa natureza em Ipatinga”, enfatizou.

VELOCIDADE DE CRUZEIRO
Apesar do resultado negativo no 4º trimestre, as perspectivas para este ano são boas. Ao responder a perguntas de analistas de mercado, Rômel disse que o bussines siderurgia voltará a se positivar em 2016 depois da paralisação das áreas primárias de Cubatão. “Vamos voltar a gerar EBITDA positivo na siderurgia no segundo trimestre de 2016”, disse Romel, voltando a explicar que o principal objetivo da paralisação das áreas primárias de Cubatão não é a redução de custos, embora este resultado seja uma das consequências da medida.

“Reduzir os custos não é a intenção. Não queremos é ter a pressão de produzir para, obrigatoriamente, ter que exportar a um preço que não gera resultado. Esse é o objetivo: adequação da companhia a um nível de produção consistente com o nível de demanda. Obviamente que reduz custos, mas não é o que buscamos”, reiterou.

Ao ser indagado sobre o orçamento da companhia para este ano, o presidente explicou que o cenário do primeiro trimestre de 2016 ainda será ofuscado pelos efeitos da paralisação temporária das áreas primárias de Cubatão. “A reestruturação dos negócios da siderurgia vai ofuscar um pouco o resultado, mas no 2º trimestre teremos uma visibilidade maior dos benefícios auferidos com a paralisação e no 3º semestre estaremos em velocidade de cruzeiro, ainda não aquela do mercado normal, mas a possível no mercado atual, bastante deprimido”, previu.

CONSENSO
Durante a teleconferência da diretoria da Usiminas para investidores e analistas de mercado, para a apresentação de resultados do 4º trimestre de 2015, Rômel Erwin também negou divergências no Conselho de Administração da companhia sobre o aumento de capital, conforme amplamente divulgado pela imprensa.

O jornal “O Tempo”, por exemplo, noticiou que a diretoria da Usiminas apresentaria na reunião do Conselho Administrativo, uma proposta de renegociação das dívidas junto aos credores. “A siderúrgica deve cerca de R$ 8 bilhões e, para convencer os bancos a alongarem o pagamento, tem que convencer os sócios a injetarem no mínimo metade desse valor. Segundo fontes de mercado, essa seria a alternativa à recuperação judicial. No entanto, se depender do consenso entre os acionistas, a solução vai por água abaixo”, sentenciou o jornal.

Romel disse que existe consenso quanto à necessidade de aumento de capital. Além disso, apontou outras iniciativas como vendas de ativos, conversações com os credores. “Temos mantido diálogo com o Conselho de Administração e acionistas controladores”.

BOATOS
“Aproveito para esclarecer e trazer uma versão limpa sobre este tema – prosseguiu o presidente da Usiminas. Até para desmistificar o que saiu na imprensa, que são versões desencontradas e confusas sobre o Conselho de Administração. Existe um consenso no Conselho sobre a injeção de caixa da companhia. O que houve na reunião é que o Conselho não aprovou nem rejeitou o aumento de capitais, mas foram solicitados esclarecimentos adicionais sobre as alternativas de injeção de caixa, que devem ser rediscutidos num prazo extremamente curto: injeção direta de capital dos controladores, empréstimo dos acionistas ou empréstimo intra companhias (de empresas da Usiminas que estiverem em melhores condições de socorrer a siderúrgica). Outra solicitação do Conselho foi uma avaliação, a mais precisa possível, do valor desta injeção de caixa necessária à Usiminas. Num prazo relativamente curto, possivelmente ainda na 1ª quinzena de março, o Conselho vai retomar a análise e discussão deste ponto”, arrematou Romel.

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