Na semana passada contei aqui alguns motivos que teriam levado ao fim uma das maiores bandas do planeta Terra. Hoje, você acompanha detalhes da batalha judicial que iria perdurar por anos. Boa leitura!
A formação da Plastic Ono Band, grupo formado por Yoko e Lennon, foi uma saída que John encontrou para largar de vez os Beatles. E, verdadeiramente, a ideia de sair da banda cristalizou-se quando, em setembro de 1969, Yoko e Lennon foram recepcionados entusiasticamente como artistas no Concerto de Rock and Roll de Toronto. Lennon informou a sua decisão para Allan Klein, que estava cuidando dos negócios empresariais da banda após a morte de Brian, e para McCartney em 20 de setembro de 1969. Ironicamente, no outono do mesmo ano, a banda assinou um contrato negociando com a maior taxa de royalities. Esta foi à última demonstração de unidade do grupo, embora de natureza transitória. Outra divulgação revelou que o contrato de dissolução dos membros da banda foi até 1976 coletivamente e separadamente. Assim, este contrato renegociado precipitou o final das ações legais que revogou a parceria em 1972.
Apesar de seus esforços em estimular a banda, McCartney admitiu numa entrevista na revista americana Life que a banda estava desestruturada, desde novembro de 1969. Paul viu um conflito entre seu álbum solo, “McCartney”, e o projeto do álbum e do filme dos Beatles, “Let It Be”. “McCartney” foi lançado e a amargura de Paul por conta de alguns incidentes, como, por exemplo, o fato dele ter ficado insatisfeito com determinadas atitudes dos gerentes da banda, foi um fator contribuinte para sua declaração pública de que havia saído dos Beatles.
No começo de 1971, McCartney abriu uma ação judicial para a dissolução da relação contratual dos Beatles e, posteriormente, foi decretado. Pouco antes do fim dos Beatles, um tanto tímidos, e, posteriormente, de forma definitiva, todos os quatro membros lançaram álbuns solo. Alguns destes álbuns destacaram contribuições por outros ex-Beatles; o álbum Ringo (1973), de Starr, foi o único a incluir composições e apresentações do quarteto, embora em canções separadas.
Harrison mostrou sua consciência socio-política e ganhou respeito por sua contribuição como arranjador do “Concerto para Bangladesh” em Agosto de 1971, em Nova Iorque, com o maestro de sitar Ravi Shankar. Com exceção de uma sessão não-editada em 1974 (produzida mais tarde como A Toot and a Snore in ‘74), Lennon e McCartney nunca mais gravaram juntos.
Em 1975 expiram-se, legalmente, os direitos que a EMI-Capitol mantinha em cima do trabalho dos Beatles. Por causa dessa expiração do contrato que JPG&R tinham com a gravadora, a Capitol americana apressou determinadas produções com o intuito de receber dinheiro em cima da carreira do grupo, lançando cinco LPs: Rock ‘n’ Roll Music, com trilhas consideradas por muitos como puro rock´n´roll; The Beatles at the Hollywood Bowl, com canções gravadas ao vivo no Hollywood Bowl em Los Angeles durante a turnê de 1964 e 1965; Love Songs, com músicas gravadas entre 1962 e 1970; Rarities, álbum com faixas que nunca haviam sido realizadas nos EUA e Reel Music, uma compilação de faixas apresentadas em seus filmes. Houve também um lançamento “não autorizado” intitulado Live! at the Star-Club in Hamburg, Germany; 1962, uma gravação de uma antiga apresentação do grupo no Star Club, em Hamburgo, Alemanha, capturada em uma fita de má qualidade. De todas essas realizações póstumas, somente The Beatles at the Hollywood Bowl teve a aprovação de JPG&R.
No começo de 1971, McCartney abriu uma ação judicial para a dissolução
da relação contratual dos Beatles e, posteriormente, foi decretado
(*) Ronildo Bacardy é jornalista e beatlemaníaco
E-mail: ronildobacardy@yahoo.com.br