Cultura

Quero viver a Independência

(*) Walber Gonçalves

7 de setembro é uma das datas mais importantes da nossa História. Nela registra-se oficialmente o dia da nossa Independência política em relação a Portugal. No dia 7 de setembro de 1822 se iniciava uma nova era da nossa história, o período Imperial Brasileiro, sendo governado por D. Pedro I, o primeiro Imperador.

O famoso e teatral grito “Independência ou Morte” serviu como um slogan que resiste nos livros e na memória do povo. Confesso que até hoje não sei o que de fato aconteceu! A independência ou a morte. O que é fato é que estou ansioso para quem sabe um dia conseguir viver de forma independente. Pois aqui no Brasil, parece que a cada dia morremos aos poucos envoltos num turbilhão de problemas sociais, que parecem não acabar.

Mas voltado ao 7 de setembro de 1822, a história nos mostra que o país pode ter se tornado independente pelo viés político, mas o povo não, ele continuava na mesma situação, a maioria da população brasileira na época sequer foi lembrada, e pior, mantida como escrava e submissa aos interesses dos poucos que detinham o poder político e econômico.

Por isso sonho em querer viver a independência de fato. E isto significa, não depender das benesses traiçoeiras de quem detém o poder nas suas mais variadas formas; significa ser tratado com dignidade, onde as percepções dos direitos e deveres se fazem de forma clara e honesta; gozar da liberdade de expressão responsável sem medo, algo que não acontece na realidade; significa não precisar do jeitinho para conquistar algo que necessitamos.

A independência que almejamos é aquela quese resumisse num Estado que funcione, sem que precisemos pedir ajuda para ser internado; para conseguir uma vaga em uma escola pública; queremos um Estado que não incentive a pilantragem, a corrupção, o toma lá dá cá. Essas artimanhas provenientes de um Estado sequestrado pelos interesses da minoria, historicamente presente nos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), travam tudo e criam um ciclo vicioso da miséria em todo os seus sentidos.

A independência que precisamos valoriza o mérito, expurga os puxa-sacos, os incompetentes que sabem como ninguém se manterem atrelados aos que comandam os mais diversos setores da economia brasileira, perpetuando assim, o caos das organizações sociais.

Um país livre, que honra a sua independência, se faz com uma população livre, também independente. O contrário não passa de balela, conversa fiada. Enquanto o povo for dependente de tudo o que envolve os pilares da gestão pública paternalista e conservadora em si mesma, nunca alcançaremos os patamares de uma nação que propague os seus propósitos libertários. Quero viver a independência! Como a almejo! Mas pelo visto ainda não nos decidimos pela independência ou morte.

(*) Walber Gonçalves de Souza é professor.

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