Cidades

Professores e estudantes param contra reforma e cortes na educação

IPATINGA – Sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais e estudantes realizam nesta quarta-feira (15), em Ipatinga, Timóteo e Belo Oriente manifestações e atos de protesto contra a reforma da Previdência e os cortes na educação anunciados pelo governo Bolsonaro. Em todo o País estão previstas greves, marchas, atos públicos e coletas de assinaturas. No Vale do Aço, a previsão é que a greve atinja escolas das redes municipal e estadual. Em Ipatinga está previsto um ato público na Praça 1º de Maio, no centro da cidade. Em Timóteo, a manifestação começa em frente ao Cefet e segue em marcha até a praça do Coreto.

Durante coletiva de imprensa convocada nesta terça-feira (14) para anunciar a greve e as manifestações, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE)  em Ipatinga e dos estudantes ressaltaram a importância da participação social nos atos como forma de pressionar o governo contra os cortes e a retirada de benefícios na reforma da Previdência.

Feliciana Saldanha, da direção estadual do SindUTE disse que “a pauta é contra a reforma da Previdência, mas, coincidentemente, reforça a luta dos estudantes, em função dos cortes na educação anunciados recentemente pelo governo”.

Ela disse que no caso específico dos professores, a reforma da Previdência vai aumentar o tempo de contribuição e de serviço, além de acabar com a aposentadoria especial, que leva em conta as jornadas estafantes em sala de aula e fora dela. “A PEC acaba com a aposentadoria especial que reduz em 5 anos o tempo de serviço e, em muitos casos, o trabalhador e trabalhadora em educação terá que  ter 40 anos de tempo de serviço para se aposentar com benefício integral, além de aumentar o tempo de contribuição”, diz ela. Atualmente, a professora se aposenta após 25 anos de serviço e o professor após 30 anos.

Representante dos estudantes do IFMG de Ipatinga, Maxsuel Marx Santos, que cursa engenharia, disse que os cortes representam um profundo golpe na instituição. Ele lembrou que os estudantes promoveram um ato de abraço ao campus do IFMG para simbolizar a importância do ensino federal para todos os alunos e exortou a comunidade e os pais a apoiarem o movimento contra os cortes, ressaltando que trata-se de um interesse de toda a sociedade.

Maxsuel destacou que o IFMG em Ipatinga é recente e trabalha com pouca verba federal, tanto que já buscava convênios com outras fontes, como prefeitura e outras instituições, para se manter. O IFMG tem cerca de 250 alunos. “A verba é muita reduzida e com o contingenciamento possivelmente não se consiga honrar os compromissos da folha de pagamento até o mês de setembro. No caso do Cefet corre-se o risco de pagar a folha só até meados do ano. Além disso, o corte ultrapassa os 30% em várias áreas quando se trata de custeio. Nos serviços terceirizados, por exemplo, chega a mais de 50%”, ilustra.

Do encontro desta terça-feira participaram ainda Gabriela Barros dos Santos (IFMG), Antônio Ademir da Silva (Sindicato dos Comerciários), Wanderson Basílio (Metasita), Cida Lima (SindUTE/Subsede Ipatinga) e Adebil Brito Rocha Imasaki, nova coordenadora da Subsede Ipatinga do SindUTE MG.

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