Cidades

Professores de Ipatinga terão direito a jornada fora da classe

Cida Lima afirma que Sindicato irá defender a jornada extra-classe em Ipatinga: “Não vamos aceitar que não seja cumprido”.

IPATINGA – Os professores da rede municipal de ensino terão direito, a partir deste ano, a exercer 1/3 de suas jornadas fora da sala de aula, cumprindo atividades diversas referentes ao trabalho como preparação de aulas, ações de docência e cursos de formação. O benefício já havia sido concedido aos professores estaduais sob forma de lei, promulgada no fim do ano passado e que começou a valer em 2013. Em Ipatinga, funcionará da mesma maneira: das 24 horas que os professores irão cumprir semanalmente, oito serão dedicadas às atividades extra-classe.

Para chegar a uma definição, foi preciso aumentar a carga horária de trabalho dos docentes. Antes, eles cumpriam 20 horas aula semanais. No entanto, esse valor, dividido por três, não resultava em uma equação exata das horas que os professores tinham para se dedicar a tarefas extras. Após estudos, a carga horária foi elevada para 24 horas semanais, das quais oito serão dedicadas às atividades extras. O aumento também implicará em aumento na folha de pagamento dos professores. Calcula-se, embora não de forma oficial, que o acréscimo será de cerca de 5%.

PROCESSO
O tema já foi amplamente discutido em Ipatinga e foi até motivo de processo judicial movido pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) contra a Prefeitura Municipal, durante a gestão de Robson Gomes (PPS). A ação foi iniciada na Vara da Fazenda Pública no ano passado e pedia o cumprimento integral da jornada extra na cidade de acordo com a Lei Federal nº 11.738 de 2008, que trata do assunto. O juiz Fábio Torres proferiu, em outubro do ano passado, uma sentença favorável ao Sindicato, exigindo o cumprimento de parte da jornada extra fora de sala.

Desde então, os profissionais vinham enfrentando dificuldades em estabelecer um quadro de aulas que fosse compatível com o cumprimento da nova carga horária. A readequação do quadro nas escolas municipais também foi um dos motivos que levou a Prefeitura de Ipatinga a adiar, na semana passada, o retorno das aulas na cidade para o dia 14 de fevereiro. Na ocasião, a secretária de Educação, Márcia Leal, afirmou que dívidas e planejamentos mal feitos pela Administração anterior impossibilitaram o início do período letivo, que aconteceria na última segunda-feira (4).

Apesar de acreditar na implantação da jornada extra na rede municipal de ensino, a coordenadora da regional ipatinguense do sindicato, Cida Lima, explicou que o tema faz parte da pauta de reivindicações da categoria em sua campanha salarial.

Na tarde de amanhã (7), a direção do Sind-UTE tem reunião com representantes do Governo para discutir este e outros assuntos. O pagamento do piso salarial, a implementação do plano de carreiras e o estabelecimento de uma agenda de reuniões com o Governo são alguns deles.

Sobre a questão da jornada extra, Cida foi enfática na defesa do direito dos docentes. “Não vamos aceitar que não seja cumprido”, afirmou a coordenadora. A secretária Márcia Leal confirmou, por meio da Assessoria de Impressa do Executivo, que na cidade haverá o cumprimento de 1/3 da jornada.

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