Cidades

Procura pelos serviços de DST e Aids aumenta em Fabriciano

FABRICIANO – A facilidade do acesso aos exames e testes rápidos de HIV e outras DSTs, como sífilis e Hepatites B e C, tem feito pacientes buscarem pelo diagnóstico dessas doenças. Um levantamento feito pelo Programa Municipal DST, Aids e Hepatites Virais, que funciona no Núcleo Especializado em Programas de Saúde (Neps) da Prefeitura de Coronel Fabriciano, atesta que houve um crescimento no número de diagnóstico e pessoas em tratamento no município.

NÚMEROS

O levantamento que aponta o crescimento do número de portadores de HIV no município revela que, até 2013, o registro de infectados pelo vírus somava 134 pessoas. Neste ano, de janeiro a abril, esse índice já saltou para 156 casos, o que representa aumento de 11%. Deste total, 88 são homens (56%) e 68 mulheres (44%). Outro dado importante é que, dos 16 novos pacientes soropositivos, quatro são jovens e seis são pessoas transferidas de outras cidades.

SERVIÇOS

O médico infectologista do Programa DST, Aids e Hepatites Virais, Márcio Rodrigues de Castro, destaca que, além dos serviços oferecidos pelo município – como a realização dos testes rápidos de HIV – as campanhas do Ministério da Saúde contribuem para o crescimento do diagnóstico. Segundo o médico, o perfil das pessoas com HIV varia de idade, escolaridade e poder econômico. No entanto, os jovens abaixo de 24 anos do sexo masculino têm liderado o índice de crescimento.

“Atualmente, esse público tem iniciado a vida sexual precocemente e sem proteção. E isso independe de classe social. Os infectados estão tanto nas camadas menos favorecidas quanto nas mais altas. E junto ao HIV também vem crescendo o índice de outras DSTs, como a sífilis”, revela Márcio Castro.

SOROPOSITIVO
José Roberto, nome fictício criado para preservar a imagem do entrevistado, conta que descobriu que era soropositivo aos 33 anos. “Estava me relacionando com uma pessoa e resolvi fazer o exame num laboratório particular. Quando fui buscar o resultado, o médico me informou, sem nenhum cuidado, que eu era soropositivo. Sai do laboratório desesperado. Recebi a notícia como uma sentença de morte”, conta o entrevistado, que trabalha como educador e possui mestrado em sua área de atuação.

Ao buscar o apoio dos familiares e amigos, José Roberto lembra que sofreu bastante preconceito, o que levou a ter depressão. Hoje, mais de seis anos depois, ele já superou essa fase e vive uma rotina normal e com qualidade. No Programa DST Aids ele faz tratamento e recebe a assistência necessária. “A informação é o melhor caminho de combate ao HIV, pois sensibiliza sobre a prevenção. Também ajuda a romper com o preconceito e a ideia equivocada sobre o soropositivo e a doença”, finaliza José Roberto.

 


Paciente soropositivo: “Recebi a notícia como uma sentença de morte”


O programa DST/Aids

O Programa Municipal DST, Aids e Hepatites Virais oferece orientação aos cidadãos fabricianenses sobre os métodos de prevenção de HIV e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis. Também disponibiliza exames de HIV, Hepatite B, Hepatite C e Sífilis, acompanhamento dos pacientes em tratamento por uma equipe multidisciplinar e distribuição de preservativos nas Unidades de Saúde.

Outro serviço é a realização de testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites B e C todas as sextas-feiras, que é realizado de forma sigilosa. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, no Núcleo Especializado em Programas de Saúde (Neps), na rua São Sebastião, nº 1.007, no bairro Professores. Mais informações: 3846-3556.

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