Cidades

Prefeitos debatem com a GRS situação do Hospital Municipal

Os prefeitos ligados ao Consaúde estiveram reunidos na manhã de ontem para discutir problemas no Hospital Municipal de Ipatinga     (Crédito: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – O Conselho de Prefeitos do Consórcio Intermunicipal da Microrregião do Vale do Aço (Consaúde) esteve reunido na manhã de ontem (25) com o diretor da Gerência Regional de Saúde (GRS), Anchieta Poggiali, para discutir a situação do Hospital Municipal de Ipatinga, que atinge diretamente os municípios consorciados.
O presidente do Consórcio, Denilson Andrade, também prefeito de Joanésia, convocou a assembleia a pedido de outros prefeitos, haja vista que os procedimentos acordados em pactuação não estão sendo cumpridos pelo município polo, no caso, Ipatinga.
“Os municípios manifestaram a insatisfação quanto à falta de atenção da administração de Ipatinga. Diante disso, convocamos esse encontro para fazer uma análise do que pode ser feito. O Consaúde tem muito para oferecer, mas precisamos que os demais prefeitos apoiem essa causa”, falou.
Poggiali esclareceu que a decisão de cortar os procedimentos no Hospital Municipal foi unilateral, e que a GRS só soube dos problemas através de ofício. “Avaliamos a atitude do prefeito (Robson) como um ato irresponsável e falta de compromisso. Papel não resolve nada e precisamos tomar cuidado no período eleitoral”, afirmou.

MÉDIA COMPLEXIDADE
O excesso de atendimentos ambulatoriais para casos de ortopedia, pediatria e clínica médica nos hospitais da região foram apontados como as principais causas da sobrecarga. Anchieta disse que a solução para resolver o problema é a ampliação dos atendimentos de média complexidade no Consaúde. A medida vai ainda fortalecer a entidade junto ao governo estadual.
“Esses atendimentos cabem no consórcio, desde que haja condições financeiras e ampliação da estrutura. O Consaúde tem credibilidade junto ao Estado. Os municípios precisam participar dessa articulação. Isso fortaleceria a atenção básica para não transferir a responsabilidade para os hospitais”, pontuou.

PLANEJAMENTO
Eloiza Dalla Vecchia, secretária executiva, avaliou como positiva a sugestão dada pelo diretor da GRS, e que, enquanto consórcio público, o Consaúde está preparado para assumir novas responsabilidades.
“Planejamos nossas ações com base na demanda dos municípios. Foi assim coma oftalmologia. Avaliaremos as propostas junto aos secretários de saúde para estabelecermos as metas e viabilizarmos essa solução, que será novamente discutida em assembleia de prefeitos”, assegurou.

FALTA DE GESTÃO
Sobre os problemas ocorridos na unidade, o diretor avaliou que há problemas de gestão em Ipatinga, e que 70% do volume de atendimentos são feito a pacientes do próprio município. Os outros 30% correspondem às cidades menores.
“Precisamos voltar à raiz do problema. Há um excesso de consultas de média complexidade que não deveriam ser atendidas em um hospital e sim na unidade de saúde. Municípios com menos de 10 mil habitantes não têm como pagar um ortopedista. Nesses casos, os especialistas vêm para o município polo. Só que nem mesmo os municípios maiores têm essa especialidade”, apontou.

ALTERNATIVAS
O diretor da GRS comentou ainda que o Hospital Municipal não tem bloco cirúrgico, por isso cumpre apenas as funções de um prontoatendimento. Diferente do Hospital de Belo Oriente, que é mais bem equipado que a unidade de Ipatinga.
“Temos trabalhado para criar alternativas para os fluxos de saúde da região. Um caso é o Hospital em Belo Oriente. Mas, no passado, por conta de recursos mal alocados, perdeu a credibilidade. Outra opção é o Hospital de Inhapim, que tem estrutura, mas ninguém referencia atendimentos para a unidade. Precisamos fazer esse trabalho de identificar os problemas e encontrar válvulas de escape. Isso vai ser feito na reunião que o Ministério Público terá com os municípios, em agosto”, avaliou.
Humberto Lopes, prefeito de Belo Oriente, também externou sua decepção com o atendimento feito em Ipatinga. “Meu sentimento é de frustração. Não mando mais paciente para Ipatinga, mas para Governador Valadares. Nós, dos municípios menores, dependemos da cidade polo, pois estamos a reboque. Mas, sem representatividade, não vamos conseguir desenvolvimento na saúde e em outras áreas”, lamentou.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com