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Polícias da região em alerta sobre suposto ataque do PCC em Minas

IPATINGA – As Polícias Civil e Militar de Minas Gerais estão de sobreaviso sobre um suposto ataque da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. O alerta também foi emitido às duas polícias do Vale do Aço. Ontem (21), a reportagem do DIÁRIO POPULAR teve acesso a uma mensagem de texto enviada ao celular de um policial civil de Ipatinga.

O comunicado foi emitido pelo Departamento de Operações Especiais (Deoesp) de Belo Horizonte, na madrugada do último sábado. Nele, é feito um pedido para que os policiais adotem medidas de segurança, difundindo a informação a todos de sua regional.

Desde o último sábado (17), policiais civis e militares estão em alerta, em função da interceptação de uma carta, que saiu de dentro da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, de Uberlândia. O texto diz que o PCC ofereceria uma espécie de bonificação pelo assassinato de policiais mineiros. A carta consta o nome de pelo menos 20 potenciais vítimas do PCC. O documento foi remetido a Belo Horizonte para análise do Departamento de Operações Especiais (Deoesp). Há também nomes de militares.

Uma lista com placas de veículos supostamente pertencentes à facção criminosa também foi repassada aos policiais. Seriam um Gol branco, um Audi prata e uma caminhonete Hilux preta. De acordo com as informações, os ataques começariam em Contagem e depois chegariam a outros municípios do Estado de Minas Gerais.
O caso também está sendo acompanhado pela Polícia Federal, que ainda identificou ligações grampeadas com conversas que indicavam um possível ataque aos policiais de Minas. A PF ainda possui documentos com nomes e telefones de integrantes da facção que deveriam ser procurados no caso de as mortes se concretizarem.

CONFIRMAÇÃO

A Secretaria de Estado de Defesa Social confirmou o envio das mensagens aos telefones corporativos dos policiais mineiros, mas negou possuir provas concretas de futuras ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais. No entanto, em razão das ocorrências dos últimos dias nos demais estados da federação, o trabalho rotineiro das inteligências do sistema prisional e das polícias está sendo reforçado, estando as duas forças policiais preparadas e atentas a qualquer movimentação.

SINDPOL
O site do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG) confirma a existência de uma relação de 25 policiais civis e militares e agentes penitenciários mineiros marcados para morrer. Segundo o vice-presidente da entidade, Antônio Marcos Pereira, a lista estava com detentos em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. “Um colega entrou em contato dizendo que o nome dele estava relacionado. Enviamos ofício à chefia da Polícia Civil, pedindo providências”.
O Sindpol solicitou reforço de pessoal e armamento nas delegacias, sobretudo aos fins de semana. “Todos os alvos são do Triângulo. Pode até ser um blefe, mas não estamos dispostos a pagar para ver”, diz.

OUTROS ESTADOS
A onda de ataques a policiais começou em São Paulo. Desde o começo do ano, 88 policiais militares foram mortos. Há três meses, uma facção que atua dentro e fora dos presídios ordenou que seus integrantes executassem policiais que matassem criminosos. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP).

O Ministério Público apura se policiais militares estão envolvidos em mortes: há suspeitas de que agentes da lei descontentes com as mortes dos colegas formaram grupos de extermínio e milícias para revidar os ataques contra criminosos.
Os conflitos também se arrastaram para o Santa Catarina. Da tarde da última segunda-feira (12), até o último domingo (18), o Estado registrou pelo menos 58 ataques a ônibus, bases da Polícia Militar e Polícia Civil e veículos particulares em pelo menos 16 cidades.

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