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Polícia já conhece autoria do assassinato de Rodrigo Neto

A coragem e determinação de Rodrigo em denunciar as injustiças e a impunidade entraram para a história do jornalismo regional

(DA REDAÇÃO)
– A Polícia de Minas Gerais anunciou ontem que já está definida a autoria do assassinato do jornalista Rodrigo Neto, e o esclarecimento do caso deve ser feito nos próximos dias. Conforme a nota, “para não atrapalhar a reta final das investigações, não serão divulgados mais detalhes e nem revelados nomes de possíveis envolvidos”.
Segundo a nota das autoridades de segurança pública, “tão logo a apuração seja concluída, uma entrevista coletiva vai divulgar todas as informações oficiais sobre o caso”.

Informações extraoficiais dão conta de que o assassino de Rodrigo Neto é uma das pessoas que já está presa em Belo Horizonte como resultado das investigações deflagradas no Vale do Aço pela força- tarefa da Polícia Civil designada para apurar o assassinato do jornalista e radialista e também dos crimes impunes denunciados por Rodrigo. Entre as pessoas presas e que tiveram suas prisões preventivas prorrogadas por mais 30 dias estão os agentes da polícia civil Ronaldo de Oliveira Andrade, Elton Pereira da Costa, Fabrício Quenupe, Jimmy Casseano e Leonardo Correa. Além destes, também permanece preso o policial civil José Cassiano Guarda, e o policial militar Vitor Emanuel.

Pouco mais de três meses após o assassinato, a pergunta: quem matou Rodrigo Neto? começa a ser respondida pelas autoridades. O assassinato de Rodrigo Neto provocou medo, insegurança, revolta e sensação de impunidade. A grande preocupação da imprensa, amigos e familiares é se esse seria mais um caso fadado a cair no esquecimento, assim como muitos outros que o radialista cobrava para que fossem solucionados.

O CRIME

Rodrigo Neto foi covarde e barbaramente assassinado no final da noite do dia 8 de março. Ele foi alvejado por três tiros quando entrava em seu veículo. Ao abrir a porta do carro, dois homens em uma motocicleta, usando capacetes, se aproximaram e dispararam friamente contra o repórter. Rodrigo foi atingido por um tiro na cabeça e outro no peito. Chegou a ser socorrido com vida e levado para o Hospital Municipal de Ipatinga, mas não resistiu aos ferimentos.

Rodrigo Neto era casado e deixou um filho de seis anos. Havia acabado de se mudar no dia anterior para uma nova residência e parecia feliz com o novo desafio profissional, agora como contratado não apenas da Rádio Vanguarda, mas também do jornal Vale do Aço, onde iniciara apenas uma semana antes. Ainda na redação, por volta das 21h, conversava com o editor sobre seus planos de vida. Seu objetivo, nos últimos anos, era tornar-se um delegado de polícia, e para isso já havia participado de dois concursos.

COMBATIVO
Tanto na imprensa escrita quanto no radiojornalismo, Rodrigo Neto era um profissional combativo e aguerrido na defesa da justiça e dos direitos humanos. Uma de suas paixões era o Direito, curso que havia concluído e dedicava-se a realizar concursos públicos para a carreira de delegado de polícia. Tinha o objetivo de combater por dentro das estruturas do estado, as injustiças e mazelas que denuncia na imprensa.

Infelizmente, foi morto no exercício da profissão, mas tombou com a honradez que seus assassinos nunca poderão ostentar. E mais: definitivamente, sua morte teve papel fundamental na elucidação dos crimes e chacinas até então impunes.

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