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Polícia Civil de MG tem curso do FBI para atuar na Copa do Mundo

DA REDAÇÃO – O último pacote de cursos de aperfeiçoamento profissional para policiais civis de Minas Gerais que atuarão na Copa do Mundo começou esta semana, em Belo Horizonte, com aulas ministradas por agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos (EUA) e do FBI, a Polícia Federal norte-americana. Com isso, pelo menos 1.354 policiais terão aprendido novas técnicas para o trabalho de polícia judiciária, que ficarão como legado do campeonato mundial de futebol. Outros dois cursos ainda terão inscrições abertas, ampliando então o número de profissionais atendidos.

MOEDAS FALSAS

O curso de “Moedas Falsas” está sendo ministrado por um investigador que, por razões de segurança, não pode ser identificado. Participam 277 policiais civis da Grande BH, divididos em três turmas. O Serviço Secreto dos Estados Unidos informa que o curso realizado na Academia da Polícia Civil (Acadepol) é o primeiro promovido no Brasil em 2014.

Ainda segundo o órgão, o governo norte-americano faz questão de divulgar os itens de segurança existente nas cédulas, mas a Copa do Mundo certamente vai ampliar a circulação da moeda no país, ampliando a oportunidade do crime. Outro fator de atenção é que colombianos e peruanos são os maiores falsificadores de dólar no mundo. Segundo o serviço secreto, cerca de trilhão de dólares em moeda norte-americana circula atualmente em todo o mundo.

Apesar de o crime de falsificação de moedas ser de competência da Polícia Federal, policiais civis que participam do curso destacam a importância do aprendizado para suas atividades diárias. “Já fiz apreensão de dólar supostamente falso e encaminhei para a Perícia, como é de praxe. A partir de agora, terei mais condições de antecipar a identificação ou não do crime”, afirma a escrivã Cristiane Dias, da Delegacia de Mulheres de Ribeirão das Neves.

A delegada Adriana Bianchini Galliac lembra que o aumento da circulação de dólares no Brasil durante a Copa do Mundo deve favorecer a ocorrência do crime de estelionato, cuja investigação é de competência da Polícia Civil. “Ele ocorre quando a pessoa não é responsável pela falsificação, mas faz uso do dinheiro falso. Nesse caso, procuro sempre notificar a Polícia Federal para que a investigação possa alcançar os falsificadores”, explica a policial da 6ª Delegacia de Fraudes.

CRIME ORGANIZADO
Outros 45 policiais civis, que estão matriculados no curso de “Investigação de Crime Organizado”, terão aulas do FBI entre os dias 17 e 21 de março. “Torcemos para que não seja necessário utilizar as novas técnicas, mas ficará um aprendizado que vai se somar a outros tantos que estão deixando nossos policiais ainda melhor preparados para trabalhar em favor do cidadão”, afirma o diretor-adjunto da Acadepol, Jorge Vagner.

Com inscrições entre 17 e 21 de março, o curso “Fisiognomonia Policial”, específico para delegados, será ministrado por uma criminóloga da própria academia. A matéria vai ensinar novos meios de identificar, a partir da fisionomia, postura, jeito de falar ou de olhar, se um suspeito está dizendo a verdade durante um depoimento na delegacia. Também os policiais da capital serão atualizados nos conhecimentos sobre técnicas de abordagem, direitos humanos e atendimento aos grupos vulneráveis, num projeto denominado Desktop, que significa área de trabalho. “Esse programa de aperfeiçoamento policial foca temáticas e situações que extrapolam a questão da Copa do Mundo, intensificando nosso trabalho rumo a uma polícia cada vez mais cidadã”, completa a diretora pedagógica da Acadepol, Patrícia Costa.

BALANÇO

No programa de aperfeiçoamento de servidores com vistas à Copa do Mundo, a Polícia Civil ofereceu, nos últimos anos, outros sete cursos. Na área de idiomas, 269 policiais concluíram o curso de Inglês e outros 72, o de Espanhol, ambos no nível médio. O aprendizado será de fundamental importância para atendimento aos turistas e para casos envolvendo suspeitos estrangeiros. Em outros cursos da Acadepol, 356 policiais aprenderam novas técnicas de investigação de “Tráfico de pessoas”; outros 211 fizeram o curso de “Atuação de Polícia Judiciária em Grandes Eventos”; 245 servidores aperfeiçoaram formas de “Atendimento ao Público” e 60 tiveram aulas de “Libras”, entre outros.

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