Policia

PC prende terceiro suspeito da morte de PM e conclui inquérito

Polícia Civil de Ipatinga indiciou Daniel, Timirim e Caneco pela morte do Cabo Amarildo     (Fotos: Divulgação PC)

IPATINGA – A execução do cabo Amarildo Pereira de Moura, 50 anos, no início deste mês, pode ter origem numa vingança premeditada, segundo investigações da Polícia Civil de Ipatinga. Com a prisão de Daniel Wattson Costa, 18 anos, último suspeito da morte do policial, neste domingo (24), a PC concluiu que três pessoas estão ligadas ao homicídio, planejado nos mínimos detalhes.

Daniel foi preso pela Polícia Civil em uma casa no bairro Forquilha. Detetives cercaram a residência e deram voz de prisão ao suspeito, que não esboçou nenhuma reação e acabou confessando o crime. Além de Daniel, estão presos pelo mesmo crime Wesley Neves dos Santos Silva, o “Timirim”, e Wesley Cândido Drummond, conhecido por “Caneco”, de 18 anos. Os dos últimos foram presos no dia 11 de fevereiro.

TRAMA
Com a prisão dos três suspeitos, a Polícia Civil conseguiu juntar as peças e entender como a morte do Cabo Amarildo foi arquitetada. Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Manhães, dias antes do crime os acusados se reuniram várias vezes para tramarem o assassinato em seus mínimos detalhes.

No dia 8 de fevereiro, dia da execução, os três teriam se encontrado por volta de 6h no local no crime – uma estrada de terra que dá acesso ao sítio do policial – e ficaram de tocaia à espera do PM. Cabo Amarildo participava de um desfile cívico durante a troca de comando do 14º Batalhão de Polícia Militar.

De acordo com os depoimentos colhidos dos três suspeitos, no dia do assassinato, Daniel e Timirim abriram uma cerca viva ao lado direito da estrada e ficaram escondidos atrás de um poste, de maneira que o policial não pudesse ter qualquer tipo de visão dos dois.

No entanto, conforme Manhães, o local onde a dupla armada estava não dava para ver a aproximação exata do Cabo Amarildo, foi então que Wesley Cândido, o “Caneco”, teve a sua participação na trama.
Em um ponto mais distante, do lado contrário da estrada, “Caneco” avistou a chegada do PM e correu para avisar Daniel e Timirim, que efetuaram vários disparos contra o policial. Ele não teve chance de qualquer defesa. “Se Daniel e Timirim ficassem em uma posição que conseguissem ver o Amarildo, o policial também os veria. Daí a necessidade de uma terceira pessoa, o “Caneco”. E foi exatamente do jeito que eles planejaram que tudo ocorreu”, disse o delegado.

VINGANÇA
A Polícia Civil não trabalha com outra hipótese a não ser a de que o crime tenha origem em uma vingança premeditada. Uma rixa antiga entre “Timirim” e o cabo Amarildo pode ter sido a principal motivação do homicídio. Segundo a PC, tudo teria começado há pouco mais de três anos, quando Geraldo da Silva Pinto, pai de “Timirim”, foi assassinado na rua Acácia, no bairro Águas Claras, em Santana do Paraíso. Desde então “Timirim”, convicto de que o cabo Amarildo era o responsável pelo crime, jurou o PM de morte. “Ele acha que o cabo Amarildo teria responsabilidade na morte do pai dele e tomou isso como pessoal, indo atrás do prejuízo”, acrescenta Manhães.

AMIGOS
Daniel, um dos atiradores, não possuía nenhum registro em sua Folha de Antecedentes Criminais (FAC). Mas o policial acredita que a amizade com “Timirim” o influenciou a participar do crime. “É uma verdadeira equipe que trabalha junto e quando um está com problema todo mundo vai lá ajudar a resolver. Embora a participação do “Caneco” tenha sido vigiar a chegada do polícia, todos eles serão indiciados pelo mesmo crime, homicídio qualificado”, finaliza o policial.

DESDOBRAMENTO
Coincidência ou não, na última sexta-feira, Sebastião Ludovino de Siqueira, 66 anos, pai de Daniel Watsson, foi morto em sua própria casa na rua Girassol, no bairro Águas Claras. A vítima se preparava para tomar banho quando resolveu atender a um chamado na porta de casa.
Sebastião foi recebido a balas. Mesmo ferido, tentou se desvencilhar dos tiros, mas acabou caindo na cozinha de casa. A vítima foi atingida com dois tiros no tórax. A Delegacia de Santana do Paraíso investiga o caso.


Um dos acusados, Timirim acredita que o Cabo
Amarildo (foto) foi  o responsável pela morte do pai

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