Policia

PC não descarta participação de policiais em assassinatos

IPATINGA – Nos próximos meses, o chefe do 12º Departamento da Polícia Civil, Valter Felisberto, vai enviar à Superintendência de Investigações em Belo Horizonte o inquérito que investiga a morte de quatro adolescentes em Revés do Belém.
A execução dos meninos (outubro do ano passado) ficou conhecida como  “Chacina do Revés” e ganhou grande repercussão na imprensa, principalmente pela suspeita de envolvimento de policiais no crime.
O delegado regional de Caratinga, Gilberto Simão de Melo, adiantou à reportagem do DIÁRIO POPULAR que iria sugerir ao chefe da Polícia Civil que o caso fosse encaminhado à Delegacia de Homicídios da capital mineira.
O pedido foi acatado pelo chefe da polícia, Valter Felisberto, que aguarda os laudos das investigações para enviar o pedido. “Ainda estamos realizando algumas diligências, e na hora que formos passar o caso para Superintendência de Investigações, vamos encaminhar o inquérito em estado avançado de apuração, para que a equipe de lá não comece do zero”, disse.

FALTA DE PESSOAL
O principal motivo alegado tanto pelo delegado de Caratinga, como pelo Chefe da Polícia Civil, para que o caso seja investigado pela polícia de BH é que as delegacias do 12º Departamento (principalmente a de Caratinga e Ipatinga) não possuem estrutura para apurar casos como o da “Chacina de Revés”.
A PC local considera que o crime é de alta complexidade, já que todos os garotos são moradores de Ipatinga. “A Superintendência pode destacar uma equipe para dar total prioridade neste caso. E isso nós não temos condições de fazer aqui, pois as delegacias já possuem deficiência em apurar os casos menos complexos, quanto mais esse”, avalia Felisberto.

INVESTIGAÇÃO
Este é mais um caso de extermínio em que há suspeita de envolvimento de policiais. Os quatro adolescentes são acusados de apedrejarem uma viatura da Polícia Civil. Após o fato, os menores não foram mais vistos.
De acordo com o chefe do departamento, uma das linhas de investigação é a hipótese de que policiais possam estar envolvidos no crime. Mas não acredita que o fato de os adolescentes terem sido apreendidos tenha motivado as execuções. “Não existe crime perfeito, existe o crime bem feito e eu não acredito que o fato ocorrido na delegacia tenha sido motivo para policiais matarem os adolescentes, porque afinal de contas, todos os dias passa gente por lá e não acontecem assassinatos em virtude disso”, opina.

RELEMBRE
Os cadáveres foram encontrados no dia 30 de outubro do ano passado. Eles estavam nus e apresentavam perfurações de arma de fogo na nuca, o que indica execução.
Os garotos, moradores do bairro Caravelas, foram vistos pela última vez por familiares na manhã do dia 24 de outubro. As vítimas são John Enison da Silva, de 15 anos; Nilson Nascimento Campos, de 17 anos; Felipe Andrade, de 15 anos, e Eduardo Dias Gomes, de 16 anos.

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