Cultura

Parlamentares solicitam prestação de contas do transporte coletivo

IPATINGA – Reclamação da retirada de ônibus em circulação, sucateamento da frota de veículos que atendem aos munícipes, alto preço da cobrança das tarifas de ônibus, extinção de linhas de ônibus e falta de transporte com ar condicionado foram as principais reclamações dos usuários presentes na audiência na noite desta quinta-feira (9), que debateu o transporte público coletivo de Ipatinga, no plenário da Câmara, requerida pela vereadora Pastora Márcia Perozini.
O vereador José Geraldo de Andrade, vice-presidente da Comissão Permanente de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Bem Estar Social, conduziu conjuntamente a audiência com Márcia Perozini. Após o desabafo de muitos presidentes da associação de moradores presentes, de diversos bairros de Ipatinga, os parlamentares concluíram que irão convocar a concessionária de transporte público, que não enviou nenhum representante à audiência, para que preste esclarecimentos da prestação de serviços no município, principalmente o porquê alterou as cláusulas constantes no contrato sem autorização do Poder cedente do serviço, ou seja, da Prefeitura Municipal.
Márcia Perozini explicou que convocou a audiência porque seu mandato tem recebido diariamente pedido de ajuda por parte dos usuários de transporte público. “Já inclusive mapeamos os principais problemas dos moradores de bairros como Esperança, Nova Esperança, Canaã e tantos outros. A empresa simplesmente retirou muitas linhas de circulação, desassistindo à população, e fazendo muitas comunidades refém do direito de ir e vir, já que não contam mais com opção viável de transporte para se locomover pela cidade”, enfatizou ela.
A pastora explicou que já buscou informações com a empresa e foi informada que, dos 108 veículos contratados para atender aos 55 bairros de Ipatinga, apenas 90 estão em circulação. “Não sendo de conhecimento do Poder Público o porquê do corte das linhas sem a diminuição da passagem ou sem a busca de alternativas para minimizar os impactos causados a comunidade em virtude da desorganização do transporte coletivo”, lamentou.
O presidente da Associação de Moradores do Nova Esperança, Marcélio Oliveira, informou que o bairro, “que anteriormente era atendido por 25 linhas de ônibus, hoje só conta com 12. Sendo que, a última linha sentido centro/bairro, circula às 18h. Ou seja, o morador não pode ir à igreja, não pode estudar à noite ou se locomover porque não tem ônibus”, disse.
Presente na audiência, o vereador Wanderson Gandra disse que, após estudar o contrato todo de transporte, “está muito claro que além da diminuição das linhas não há prestação de contas que justifique o alto valor da passagem, e há muita não observância na prestação deste serviço. Nós parlamentares exigimos explicações da prestação desta concessão pública”, disse.
Já o vereador José Geraldo Andrade chegou a falar em nulidade na prestação do serviço caso não haja explicações plausíveis e suficientes que justifiquem tantos problemas. Ele citou bairros como o Distrito Industrial. “Dezenas de trabalhadores têm que se locomover a pé em muitos bairros, porque simplesmente não há ônibus disponíveis em o todo o município”, disse.
O secretário de serviços urbanos e meio ambiente, Gilmar Luciano Alves, que é o responsável pelo acompanhamento da prestação de serviços, explicou que está no governo há dois meses: “Iremos fazer todo o possível para compreender o que está havendo com este contrato e cobrar de forma eficiente que seja cumprido o que foi licitado”, afirmou Gilmar.
As reclamações e sugestões foram devidamente anotadas pela equipe da pastora Márcia Perozini, que culminará num relatório que os vereadores usarão na reunião com a empresa. A convocação da empresa ainda não tem data prevista, mas deve ocorrer nos próximos dias.

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