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Para Levy, situação econômica é só uma ressaca passageira

Agência Brasil

BRASÍLIA – A economia brasileira atravessa uma fase de ressaca passageira, disse ontem (23) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, o país enfrenta uma onda de choques provocada não apenas por fatores internos, mas também externos, que afeta as decisões de consumidores e de empresários. O ministro considerou, no entanto, a turbulência temporária e afirmou que o governo está pensando em medidas para reestruturar o país após a conclusão do ajuste fiscal.

CONJUNTURA
De acordo com Levy, a queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional), a crise hídrica e os escândalos de corrupção na Petrobras tiveram mais impacto na confiança na economia do que a queda da demanda provocada pelo corte de gastos públicos e pelo aumento de impostos. Ele disse, no entanto, que os choques externos estão diminuindo e o ambiente econômico, melhorando.

“A desaceleração [da economia] ainda não é devida aos ajustes. A diminuição das despesas públicas não foi tão significativa. Obviamente, estamos sendo mais comedidos, mas não estamos fazendo uma trava tão forte. Também não tem havido aumento significativo de impostos. Mexemos um pouco na Cide [tributo sobre os combustíveis]. Discute-se ainda a diminuição da desoneração da folha, mas não é por causa disso que a economia desacelerou”, acrescentou Levy.

CHOQUES
Na avaliação do ministro, uma série de choques de oferta levantou dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia. Ele fez uma analogia ao escritor Machado de Assis ao comparar a ressaca à água que vai e volta. “É como aquela situação em que a força da água que puxa volta. Isso tem afetado decisões, perspectivas e a confiança na economia, mas existe uma vantagem. A ressaca passa. A gente tem de se preparar e não deixar o barco bater nas pedras. Sem muita marola, é o que eu diria.”

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