Cultura

Pâmela Franco se apresenta em NY

IPATINGA – “O sol há de brilhar mais uma vez”. A cantora e multi-instrumentista, Pâmela Franco pede licença à poesia de Nelson do Cavaquinho, e recorta de “Juízo Final” esse verso para anunciar que vai se apresentar no Brazilian Endowment for theArts (BEA), um centro cultural localizado no coração de Manhattan, na cidade de Nova York.
O espaço, segundo explica Pâmela Franco, foi criado com o propósito de promover as manifestações artísticas e culturais brasileiras nos Estados Unidos, bem como estimular o uso do português na região.

REPERTÓRIO
“Vamos levar para o BEA o samba versado, apresentação didática que consistirá em contar a história do samba por meio de composições do gênero musical”, antecipa Pâmela Franco, citando em seguida algumas obras que vão compor o repertório – “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba gravado no Brasil, em 1916; “Carinhoso”, de 1917, “Não deixe o samba morrer”, de 1975, além de outras músicas mais recentes.

PALESTRA
Pâmela Franco conta que outra atração do evento será uma “lecture”, que será feita por um músico e professor universitário de Nova York, sobre a história do samba. “Vamos ilustrar essa palestra apresentando as variações dos sambas carioca, paulista, mineiro, samba de roda etc. Os músicos convidados falarão sobre o processo de criação dos gêneros. Em seguida, o público formado por brasileiros residente em Nova York e americanos interessados em MPB poderá tirar suas dúvidas sobre os assuntos expostos”.

BANDA
Pâmela Franco se apresentará juntamente com a sua banda, que conta com Alexandre Lima (violão); Lúcio Pereira (bateria); Wilson de Oliveira (cavaquinho e backing vocal); Bruno Alves, Gerson de Jesus, Cleiton de Souza e Junio Alves(percussão).
Segundo Pâmela Franco, outros músicos brasileiros se apresentarão durante o evento, que acontecerá na única biblioteca brasileira em Nova York, aMachado de Assis.
O evento será gravado em vídeo e disponibilizadona internet.

CONVITE

O convite para a apresentação em Nova York veio do amigo de Pâmela Franco, o músico carioca, Waguinho do Cavaco, que faleceu aos 52 anos, no dia 25 de fevereiro, sábado de Carnaval, vítima de uma parada cardíaca. Waguinho vivia entre o Rio de Janeiro e Nova York, onde se apresentava com frequência. Ele foi penta-campeão de samba enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, tri-campeão pelo Império Serrano e tocou cavaquinho na Escola de Samba de Nova York, chamada União da Ilha de Manhattan (Manhattan Samba).

TRAJETÓRIA
Natural de Ipatinga, Pâmela Franco conta que a música entrou em sua vida graças à influência dos amigos da família. “Eu não perdia uma roda de samba na casa da minha tia, que se casou com um músico”, recorda a cantora.
Autodidata, aos 16 anos Pâmela Franco começou a tocar percussão e, em seguida, violão. “Eu já sabia o que queria pro meu repertório. Foquei na MPB, incluindo Marisa Monte, Adriana Calcanhoto, Djavan, Cazuza, Beth Carvalho, Alcione, dentre outros grandes nomes da cena nacional. Desde sempre, me dediquei ao samba, bossa nova, samba rock e pop rock”, sublinha.
Em 2006, a cantora passou a participar de projetos musicais no Vale do Aço, tocando e cantando de bar em bar. “Também participei do grupo de axé, Sambauê, com o qual me apresentei no Festival Roda Viva. Depois, passei a integrar o Nabalada, grupo de axé de Teófilo Otoni. Com essa banda, percorremos o norte de Minas e o sul da Bahia. Posteriormente, retomei as apresentações no Vale do Aço, interpretando samba e pagode, um repertório que levamos para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Nessas capitais, aproveitamos para buscar parcerias e fazer algumas gravações para o projeto internacional”, comenta a cantora.

CENTENÁRIO

Uma das mais recentes apresentações de Pâmela Franco no Vale do Aço foi no Centenário do Samba, promovido no Teatro Zélia Olguin. O evento, que integrou o Festival de Verão Vale do Aço 2017, do Instituto Cultural Usiminas, homenageou a história dos 100 anos do choro e do samba, destacando o importante papel da ala feminina na difusão dos gêneros. Todas as composições foram interpretadas por mulheres.

BRASIL
Além da música brasileira, Pâmela Franco vai levar para Nova York o upcycling criativo do designer ipatinguense, Igor Castro (Estúdio Juá). Em sua apresentação, a cantora vai usar acessórios sustentáveis assinados por ele. Sãoanéis e colares com pingentes feitos de resina e madeiras brasileiras, como oPau Brasil, Roxinho, Jatobá, Parajú e Pinho de Riga. Pâmela também vai embarcar em um óculos produzido artesanalmente tendo como matéria-prima shapes de skate (madeira de skate). “Curto todas as inspirações que vêm do Brasil, da nossa fauna, flora, e muito a joalheria responsável, criada com ética. Elas estão em harmonia com o que faço, a nossa identidade, a nossa raiz. São criações contemporâneas, inusitadas que, assim como a nossa música, ajudam a contar histórias do nosso país”, explicou Pâmela.

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