Cultura

Palhaços festejam seu dia junto às crianças carentes

Palhaços praticam malabares na ruas de Ipatinga: este ano a opção foi subir os morros

IPATINGA – “O circo sempre foi o palco onde se encontram todas as artes, o picadeiro o pai dos palcos e o palhaço seu eterno mestre de cerimônias. O palhaço é a própria ligação entre o artista e a plateia, é ele a figura com quem a plateia mais se identifica, por abordar temas e executar ações às vezes ingênuas que geram alta comicidade. O palhaço automaticamente é associado à comédia, mas não necessariamente se preocupa apenas em fazer rir por rir.” A declaração é do artista e palhaço Luis Yuner, um dos entusiastas da arte clown no Vale do Aço, para celebrar o Dia do Palhaço celebrado ontem (10 de dezembro).

Yuner sublinha ainda que o palhaço é um bon vivant, grande observador do cotidiano e do mundo das pessoas. “São nas entrelinhas que vive a comédia. As pessoas não observam as entrelinhas, passam por cima de tudo, e o palhaço, observador como é, mostra ao público o dom da observação e da capacidade de reinventar uma mesma história. Ninguém sorri do óbvio, mas das possibilidades escondidas que o obvio lhe dá e que só o palhaço enxerga, este é o segredo, saber observar o mundo com sutileza e fazer poesia”.

HOMENAGEM
Pelo sexto ano consecutivo o circo Fooll vai às ruas no dia 10 de dezembro pra homenagear o palhaço. Entre os anos 2007 e 2009 as apresentações eram feitas pelas manhãs na praça 1º de Maio e sempre contou com a participação de diversos palhaços de grupos e companhias diferentes e até palhaços que exercem trabalhos solo. Devido à burocracia exigida por órgãos públicos, o encontro de palhaços deixou de ocupar a praça para ocupar as ruas do centro de Ipatinga em forma de cortejo, e no último ano desfilou até o Parque Ipanema. A cada ano o encontro de palhaços se reinventa, conta com novos palhaços e visita lugares diferentes. Este ano os narigudos fizeram no dia 10 de dezembro um tour pelas comunidades carentes de Ipatinga, os palhaços visitaram morros, becos e praças.

VOCAÇÃO
Nascido em família circense, Luís Yuner carrega a vocação de palhaço, levada para palcos, festas e espaços públicos do Vale do Aço. Em sua opinião, o palhaço ao longo dos anos foi vulgarizado. “O termo palhaço virou xingamento. O nariz é usado em situações nada cômicas”, pontuou. Luís Yuner chama a atenção para o papel crítico do palhaço. “Quando estou vivendo Petit tomo coragem para dizer coisas que não diria, porque as pessoas recebem com mais generosidade as lições e se permitem evoluir moralmente vindo estas de um palhaço, que até então seria o bobo, o burro, sem vez, voz e história. O trabalho do palhaço também é promover reflexão”, salienta.

GENEROSIDADE
“O Dia do Palhaço é uma ótima ocasião para encontrar amigos – prossegue Yuner –, trocar experiências e reviver emoções, e quem ganha com toda esta reunião de palhaços é o público. Este ano os profissionais do riso levarão o circo e a arte do palhaço mais perto de quem não tem condições de pagar ingresso ou até mesmo de se locomover até as casas de espetáculos. A principal virtuose do palhaço é a generosidade, e este ano queremos colocar em evidência toda a generosidade dos profissionais do riso em prol das crianças que não podem descer dos morros”, ressaltou Luis Yuner.

A celebração do Dia do Palhaço contou com a presença de palhaços de várias regiões: Zé Rodrigues (palhaço Risadinha), Renan Augusto (palhaço Gargalhada), Tiago (palhaço Graveto) e Luis Yuner (palhaço Petit) e outros palhaços.

 

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