Cidades

Pais pedem retorno de vigilante em escola

Pais de alunos se reuniram para discutir a falta de vigilância 24hs na Escola Municipal Padre Bertolo

 

IPATINGA – Os alunos da Escola Municipal Padre Bertolo, localizada no bairro Cidade Nobre, estão sem o serviço de vigilância 24 horas há três semanas. Atualmente, apenas um profissional faz o trabalho no colégio, no período de 7h às 15h, de segunda-feira a sexta-feira.

A mudança causou indignação nos pais de alunos, que decidiram se reunir e fazer um abaixo-assinado contra a ação da Prefeitura Municipal de Ipatinga. “Foi protocolado um abaixo-assinado para ser encaminhado ao Ministério Público. Nós temos que contar com a ajuda de outros órgãos e da imprensa para tentar resolver esse problema, que é da Prefeitura”, declarou Marcilon Valadares.
De acordo com Zenaide Maria Cupertino, diretora da escola, a Prefeitura diminuiu o serviço alegando que o local não oferecia risco aos alunos, pois “nossa escola não é uma escola de alta periculosidade. Os alunos que saem da aula no período da tarde já não contam mais com o serviço de vigilância”, explicou a diretora.

SURPRESA
Segundo Zenaide Maria, a direção da escola não foi avisada sobre a mudança no horário de trabalho dos vigilantes. “Pra gente, foi uma surpresa, tanto que no primeiro dia que os horários mudaram nós chegamos e não conseguimos abrir a escola. A aula começou com atraso. Chegamos aqui numa segunda-feira e a escola estava fechada e não fomos avisados”, contou Zenaide.
Os pais dos alunos também não souberam da mudança. “Agora fomos pegos de surpresa. Ninguém nos informou de nada. E todos percebem o quanto os vigilantes são necessários, as nossas crianças estão sendo prejudicadas”, disse Marcilon Valadares.

PERIGO

A dona-de-casa Edith da Fonseca assinou o abaixo-assinado. “A preocupação é com o meu filho e com as outras crianças e também com todos os professores da escola. Todos estão correndo perigo. Pagamos impostos absurdos e os nossos filhos não têm seguranças nas escolas”, disse Edith.
Elvis Eder Pimentel também tem filhos que estudam na Escola Municipal Padre Bertolo. “Primeiro, fica a indignação e preocupação com integridade física dos nossos filhos e dos professores.
Não bastasse o poder público não usar bem a verba disponível para vigilância, agora querem nos tirar o direito de ter vigilantes em escola público”, considerou Elvis.
Para Edith da Fonseca, a situação reflete os problemas políticos da cidade. “Enquanto o prefeito só exige, a cidade continua sem governantes. Porque ultimamente não temos tido prefeito em Ipatinga. A nossa preocupação é porque sabemos que a situação pode piorar”, disse.
A diretora da escola informou que os profissionais entraram em contato com a Prefeitura e estão aguardando a situação ser resolvida.

RESPOSTA

Em nota, a Prefeitura Municipal de Ipatinga informou que a vigilância 24 horas nas escolas está acontecendo de acordo com a vulnerabilidade de cada local. E destacou ainda que em todos os prédios públicos há vigilantes. Conforme previsão da Secretaria Municipal de Administração, com a realização do processo seletivo, estão sendo convocados os aprovados na seleção. Tão logo todos ocupem os cargos o serviço será normalizado. A administração pede a compreensão da comunidade escolar. Além disso, a Administração está com concurso público em andamento em que há vagas para vigilantes.

OLHO VIVO
Em janeiro, vigilantes do município foram remanejados para operar o sistema Olho Vivo. As câmeras de vigilância pararam de funcionar porque a Prefeitura atrasou os pagamentos do responsável por operar o sistema. Em seguida, para garantir a continuidade do serviço, a PMI suspendeu o contrato com a entidade e substituiu a mão-de-obra por servidores municipais.


“Estou preocupada com a situaçõa da escola.
Atualmente sabemos que não temos prefeito em Ipatinga”
Edith, dona de casa

 

Pais estudam contratar vigias particulares
Ipatinga–
Os pais dos alunos matriculados na Escola Municipal Padre Bertolo estudam a possibilidade de contratar segurança particular enquanto o problema não é resolvido. “Vamos ver se a lei permite que nós pais contratemos vigias para guardar os nossos filhos. Sabemos que a obrigação não é nossa, mas vamos fazer o que for possível para zelar pela segurança deles, já que o governo não consegue manter nem uma coisa bem simples, que são os vigias nas escolas públicas”, declarou Elvis Eder Pimentel.
A dona-de-casa Edith da Fonseca considerou um absurdo os pais arcarem com a obrigação da Prefeitura. “É muito abuso a gente ter que reunir e pagar vigia para escola sendo que todo mundo sabe que a escola é pública. Mas como a cidade não tem prefeito, nós vamos arrumar um outro método de conseguir colocar vigilante de volta na escola”, afirmou a dona-de-casa.
Elvis Eder Pimentel considerou a integridade física dos alunos primordial. “No nosso caso como pais, valorizamos muito mais as pessoas. E valorizamos mais o ser do que o ter, mas sabemos que os governantes valorizavam menos a vida do ser humano e mais a parte financeira”, concluiu Elvis.

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